Em entrevista à CNN, Rice culpou "atores estrangeiros" pela violência nos protestos contra a morte de George Floyd e ainda sugeriu que a Rússia poderia estar envolvida nos acontecimentos.
"Eu não estou com informações da inteligência hoje em dia, mas baseado na minha experiência isso vem direto da cartilha russa. Mas nós não podemos permitir que extremistas, atores estrangeiros nos distraiam dos problemas reais que nós temos nesse país", disse ao âncora Wolf Blitzer.
Em nota postada nas redes sociais, Zakharova repudiou as declarações e disse que Rice caiu no erro de culpar atores estrangeiros pelos problemas domésticos dos Estados Unidos.
"Há algum tempo, seus colegas do partido cometeram um erro fatal quando decidiram culpar absolutamente tudo o que não era do seu agrado à Rússia. Hillary Clinton e a equipe de Obama se convenceram e tentaram convencer o mundo de que os problemas domésticos nos Estados Unidos foram criados e incentivados por uma força externa: a Rússia", escreveu.
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou ainda que Rice usa de "métodos sujos de manipulação" ao sugerir que a Rússia estaria por trás dos protestos violentos.
"Você [Susan Rice] está repetindo esse erro hoje, juntamente com um repórter da CNN, usando métodos sujos de manipulação de informações, como notícias falsas e absolutamente nenhum fato para provar sua alegação. Sua entrevista na CNN é um exemplo perfeito de propaganda descarada", afirmou Zakharova.
Susan Rice sugeriu que a Rússia estaria usando as redes sociais para inflar os ânimos dos dois lados. Zakharova então lembrou que as plataformas usadas nas redes sociais são estadunidenses.
"Gostaria de lembrar que as mídias sociais, que você acredita que estão sendo usadas pelos agentes russos para alimentar protestos nas cidades americanas, foram registradas nos Estados Unidos, pertencem aos americanos e são reguladas pelas leis americanas", completou.
Manifestantes voltaram às ruas nas principais cidades dos Estados Unidos neste domingo (31), em mais um dia de protestos contra o racismo após a morte do ex-segurança George Floyd.
Floyd foi morto no dia 25 de maio depois que o policial Derek Chauvin, de Minneapolis, se ajoelhou no seu pescoço por pelo menos sete minutos.