Origem da Lua poderia ser descoberta trazendo amostras de seu solo à Terra, segundo cientista russo

© REUTERS / Shamil ZhumatovLua cheia em 8 de maio de 2020
Lua cheia em 8 de maio de 2020 - Sputnik Brasil
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Na opinião de Yevgeny Slyuta, pesquisador da Academia de Ciências Russa, analisar as amostras de solo lunar não é viável in situ, por isso deve ser usado um robô para transportá-las ao nosso planeta.

Cientistas russos precisam de oito a dez amostras de solo de diferentes áreas da Lua para determinar com precisão a história da origem do satélite natural da Terra, disse à Rádio Sputnik o chefe do Laboratório de Geoquímica da Lua e Planetas do Instituto de Geoquímica e Química Analítica da Academia de Ciências Russa, Yevgeny Slyuta.

"A Rússia quer enviar um robô, é mais seguro, mais barato e mais confiável", revelou Slyuta.

"Não se fazem análises precisas no terreno. O estudo da composição isotópica é uma análise muito sensível. Só a preparação para isso leva vários meses", adverte o diretor científico.

Uma das amostras de solo, espera o cientista, será entregue pela estação lunar russa Luna-28.

Teorias de origem da Lua

Segundo ele, no mundo existem agora dois principais modelos de formação da Lua: a hipótese proposta pelos norte-americanos de colisão com a Terra de outro corpo celeste e a hipótese russa da origem paralela da Lua e da Terra. Mas elas só podem ser confirmadas com as amostras lunares na própria Terra, de acordo com o cientista.

O cientista lembrou que a ideia da formação conjunta da Terra e da Lua foi proposta originalmente pelo filho de Charles Darwin no início do século XX.

Segundo ele, a hipótese norte-americana de colisão com a Terra de outro corpo celeste simula bem a formação da Lua, mas não explica a diferença na composição dos dois corpos celestes. A hipótese de formação conjunta da Lua e da Terra defendida pela Rússia tem suas lacunas, mas é mais consistente em termos da composição da matéria da Lua e da Terra, diz.

"Dados recentes confirmam nossa hipótese", afirma.

O pesquisador principal do Instituto de Pesquisas Espaciais da Academia de Ciências da Rússia, Natan Eismont, contou à Rádio Sputnik que as amostras de solo poderiam ser obtidas em um futuro próximo.

"São planejados voos concretos dentro de uma década. O principal objetivo é coletar amostras de solo de áreas aonde nunca foi nenhuma nave espacial. A maioria das áreas de interesse estão nos polos, começando pelo sul. Isso permitirá compreender a origem da Lua e do sistema Lua–Terra", prevê.

Yevgeny Slyuta considera que nenhuma das hipóteses está realmente confirmada, e que as sondas espaciais, de preferência robôs, são a única forma de o realizar.

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