"Em conexão com o desaparecimento da menina britânica de 3 anos, Madeleine Beth McCann [...], a Promotoria Pública de Brunswick está investigando um cidadão alemão de 43 anos suspeito de assassinato", informou a Bundeskriminalamt (BKA), a polícia federal alemã.
Segundo os investigadores, o suspeito é um criminoso sexual que foi condenado várias vezes, inclusive por abuso sexual de crianças. Atualmente, ele cumpre pena de prisão prolongada "em outro caso", afirmou a polícia da Alemanha.
Esta é uma nova reviravolta neste polêmico caso, no qual, mais de 13 anos após os fatos e centenas de interrogatórios e buscas posteriores, o mistério permaneceu até agora completo para a polícia portuguesa e a Scotland Yard.
Madeleine McCann desapareceu de seu quarto em 3 de maio de 2007, alguns dias antes de seu quarto aniversário, no pequeno resort à beira-mar da Praia da Luz, no sul de Portugal, onde passava férias com a família.
Em comunicado, a Polícia Judiciária de Portugal declarou que vem trabalhando "em estreita articulação" com a BKA e com a Metropolitan Police, braço da Scotland Yard, e que diligências seguem sendo realizadas para esclarecer o caso.
"O suspeito em questão, de 43 anos de idade, com antecedentes criminais, residiu em Portugal entre 1996 e 2007 e está atualmente a cumprir pena de prisão na Alemanha", destacou a nota.
Já a polícia britânica reforçou que uma das frentes que podem levar ao esclarecimento do caso é a identificação já feita de dois veículos ligados ao suspeito – um deles uma van – que teriam estado na região portuguesa de onde Madeleine desapareceu.
"O suspeito teve acesso a essa van desde pelo menos abril de 2007 até um pouco depois de maio de 2007. Ela foi usada dentro e ao redor da área da Praia da Luz. Acreditamos que ele estava morando nesta van por dias, possivelmente semanas, e pode ter usado em 3 de maio de 2007", revelou o comunicado da polícia do Reino Unido.
Controvérsias e mistério
Após 14 meses de investigações controversas, marcadas em particular pela acusação dos pais da menina, Gerry e Kate McCann, que não ficou comprovada, seguida da demissão do inspetor encarregado da investigação. A polícia portuguesa arquivou o caso em 2008 antes de reabri-lo, cinco anos depois.
A polícia britânica abriu sua própria investigação em julho de 2013, mas a Scotland Yard reduziu drasticamente o número de investigadores mobilizados no caso.
Os pais sempre estavam convencidos de que sua filha havia sido sequestrada e ainda podia estar viva.
Os investigadores alemães trabalharam em "estreita colaboração" com seus colegas britânicos e portugueses para encontrar esse novo suspeito.
Ele teria morado regularmente no Algarve entre 1995 e 2007, principalmente por vários anos em uma casa localizada entre Lagos e Praia da Luz. Ele teria trabalhado na região, em particular na restauração.
Outras evidências sugerem que ele também ganhava a vida "cometendo crimes, incluindo roubos em complexos hoteleiros e apartamentos de férias", além de tráfico de drogas, destacou a polícia alemã.
Ela, juntamente com a polícia britânica e portuguesa, lançou um novo chamado para que as testemunhas coletassem qualquer informação sobre ela.