A nação europeia é frequentemente citada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro como exemplo na luta contra a COVID-19. O país não adotou medidas de isolamento social rígidas.
A Suécia apresenta uma das maiores taxas de mortalidade per capita da enfermidade no mundo.
Em entrevista para a rádio Sveriges, segundo publicado pela agência AP, Anders Tegnell admitiu que a Suécia poderia ter feito mais no combate ao vírus.
"Acho que há potencial de melhoria no que fizemos na Suécia, com bastante clareza", disse. Ao ser perguntado se o número de mortos registrado no país teria feito ele reconsiderar a estratégia em relação à pandemia, Telgnell respondeu: "Sim, absolutamente".
Em coletiva, defesa de estratégia
No entanto, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (3), o epidemiologista defendeu a atuação do governo na gestão da crise do coronavírus.
Ele negou que a "estratégia sueca estava errada e deveria ter sido mudada". Mas afirmou que sempre há espaço para melhorias.
"Nós ainda acreditamos que nossa estratégia é boa, mas sempre há espaço para aprimoramentos", disse Tegnell na coletiva realizada em Estocolmo.
A Suécia optou por não fechar o país e sua economia, incentivando os cidadãos a adotarem por conta própria medidas de isolamento e combate ao vírus. Escolas, bares e restaurantes permaneceram abertos no país. Apenas aglomerações de mais de 50 pessoas foram proibidas.
Segundo a Agência de Saúde, 4.542 pessoas morreram de COVID-19 na Suécia, país de 10,2 milhões de habitantes, número maior do que o registrado em outras nações nórdicas, que não ultrapassaram a marca de 600 óbitos cada uma.
Taxas de mortalidade
O epidemiologista disse ainda na coletiva que o governo, "se encontrasse a doença de novo, sabendo precisamente o que sabemos hoje", adotaria posição "entre" o que a Suécia aplicou e o "resto do mundo fez".
Segundo a Universidade Johns Hopkins, a taxa de mortalidade no país é de 43,2 por 100 mil habitantes, mais baixa do que na Espanha (58,1) e Itália (55,4), países que adotaram lockdown, mas é maior do que o índice registrado nos Estados Unidos (32,1) e Brasil (14,3).