Os oficiais que se encontravam a bordo do petroleiro Willowy experimentaram um raro fenômeno na semana passada quando navegavam no oceano Atlântico. No início da navegação, detectaram que tanto seu navio como outros quatro na área estavam navegando em círculos, incapazes de seguir o rumo estabelecido.
Após perceber a situação, a tripulação considerou inicialmente que a causa do fenômeno corresponderia a fortes correntes, que talvez afetassem a direção dos navios. Contudo, esta teoria foi descartada, já que na zona não eram registradas correntes fortes.
Então, eles recordaram outros casos semelhantes que ocorreram em lugares como o mar do Sul da China ou o estreito de Ormuz e que foram atribuídos à suposta manipulação do GPS, realizada a fim de comprometer o sistema de rastreamento que todos os barcos devem usar segundo as normas do direito internacional, revela o canal Sky News.
Esta tecnologia, conhecida como sistema de identificação automatizada (AIS, na sigla em inglês), transmite identificadores únicos de cada embarcação a outros navios próximos, o que inclui sua localização GPS, rumo e velocidade.
No entanto, uma vez que o Willowy se encontrava muito distante dessas áreas oceânicas, essas causas também foram descartadas.
Qual a verdadeira razão?
Por sua parte, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) detectou que o campo magnético da Terra está se debilitando, principalmente em uma grande região que se estende da África até à América do Sul, fenômeno chamado de Anomalia do Atlântico Sul. Além do mais, nos últimos cinco anos se desenvolveu um segundo centro de fraco campo magnético a sudoeste da África, muito próximo da área onde o petroleiro estava.
Se especula que se trata de um sinal de que a Terra se aproxima de uma inversão dos seus polos magnéticos.
Esta anomalia poderia fazer com que as embarcações, cuja rota é estabelecida mediante bússolas simples ou magnéticas, naveguem em círculos sem se darem conta. Porém, navios como o Willowy utilizam para tal o giroscópio, capaz de encontrar o Norte geográfico pela gravidade e pelo eixo de rotação da Terra, em vez do Norte magnético.
Porém, caso este instrumento falhe, poderia causar o mesmo problema que o navio enfrentou no Atlântico.
A tripulação recorreu à ajuda por rádio de oficiais superiores da companhia em terra e, efetivamente, se determinou que o giroscópio principal do barco não estava funcionando bem. Após o problema ser identificado, foi possível retomar a rota original, utilizando o giroscópio secundário com uma bússola magnética.
A companhia proprietária da embarcação descreveu a falha como um "colapso acidental" e disse que "a reparação será realizada no próximo porto, onde técnicos em terra identificaram a causa".