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Empresário que pediu recontagem de mortos pela COVID-19 no Brasil desiste de cargo na Saúde

© Folhapress / Jorge AraújoEmpresário Carlos Wizard
Empresário Carlos Wizard - Sputnik Brasil
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Após insinuar que contagem de mortos pela COVID-19 no Brasil estava errada, empresário Carlos Wizard, que atuava como assessor do Ministério da Saúde, desistiu do cargo. 

Wizard anunciou que deixaria o governo neste domingo (7) e pediu desculpas por suas declarações. 

O empresário era cotado para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta, posto que vinha ocupando de maneira informal desde a saída de Nelson Teich do ministério. Como não havia sido nomeado no Diário Oficial, não chegou a receber salários. 

Graduado em estatística e ciência da computação, o empresário não tem formação em medicina ou em gestão pública.

'Decidi não aceitar'

Em sua nota, ele afirmou que deixaria de "atuar como Conselheiro do Ministério da Saúde, na condição pro bono".

"Além disso, recebi o convite para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta. Agradeço ao ministro Eduardo Pazuello pela confiança, porém decidi não aceitar para continuar me dedicando de forma solidária e independente aos trabalhos sociais que iniciei em 2018 em Roraima", acrescentou Wizard. 

Em entrevista para o jornal O Globo, Wizard afirmou que secretários de Saúde de estados e municípios inflavam óbitos pela COVID-19 para receber mais recursos do governo. Ele também sugeriu que poderia ser feita uma recontagem dos mortos. 

Em declaração para a Folha de S.Paulo, Wizard negou que haveria uma nova contagem de óbitos, mas disse que os critérios para classificar mortes pela doença seriam revistos, mas sem explicar qual seria o novo método. 

'Peço desculpas'

"Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da COVID-19 ou profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas”, disse na nota. 

O empresário é o criador da rede de idiomas Wizard, que vendeu no final de 2013 para uma multinacional. Atualmente, ele é sócio de outra escola de inglês, a Wise Up, e da rede de produtos naturais Mundo Verde. 

Declarações foram repudiadas

As declarações de Wizard sobre o número de mortes geraram forte repercussão. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que reúne gestores dos 26 estados e do Distrito Federal, divulgou nota de repúdio aos comentários do então assessor do governo. 

Os secretários estaduais afirmaram que a declaração de Wizard "insulta a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias". Além disso, internautas se organizaram para promover um boicote contra as marcas administradas por Wizard. 

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