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Trump tenta se afastar de 'negacionista' Bolsonaro, diz analista

© AP Photo / Manuel Balce CenetaJair Bolsonaro ao lado de Donald Trump na Casa Branca em 19 de março de 2019 (foto de arquivo)
Jair Bolsonaro ao lado de Donald Trump na Casa Branca em 19 de março de 2019 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Ao citar o Brasil como exemplo negativo durante a pandemia de coronavírus, o presidente dos EUA, Donald Trump, busca distanciar-se de Jair Bolsonaro (sem partido), afirma analista ouvida pela Sputnik Brasil.

Ao conversar com a imprensa na Casa Branca, Trump disse que a opção de "fechar o país" salvou vidas e citou o Brasil e a Suécia. "Se você olha para o Brasil, eles estão num momento bem difícil. E, falando nisso, continuam falando da Suécia. Voltou a assombrar a Suécia. A Suécia também está passando por dificuldades terríveis. Se tivéssemos agido assim, teríamos perdido um milhão, 1,5 milhão, talvez 2,5 milhões ou até mais", afirmou o presidente dos Estados Unidos.

Com mais de 110 mil mortes causadas pelo coronavírus, os Estados Unidos são o país em que a pandemia foi mais letal, de acordo com a Universidade John Hopkins. Reino Unido (40.680 óbitos) e Brasil (36.445) completam a lista das nações em que o coronavírus custou mais vidas.

A professora de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Denilde Holzhacker avalia que a crítica de Trump causa constrangimento para Bolsonaro e para o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que busca sempre reafirmar a importância do laço entre Brasília e Washington. Em nota sobre a doação de cloroquina dos EUA ao Brasil, medicamento defendido por Bolsonaro e Trump apesar de ter seu uso questionado por autoridades médicas, o Itamaraty escreveu que o episódio mostra a "estreita colaboração" entre os dois países. 

A analista afirma que a fala de Trump mostra uma "tentativa de se distanciar de governos como o de Bolsonaro, que é negacionista e que tomou atitudes que, ao ver da Organização Mundial da Saúde (OMS), das organizações internacionais e de grande parte dos países, [vão] na contramão do que se esperaria do combate à pandemia".

"Trump tem sido questionado pelas suas ações frente ao combate à pandemia e também, com o aumento da crítica e das manifestações contrárias ao seu governo, ele tem tentado mostrar que teve medidas do governo federal, que foi um governo ativo", diz a professora da ESPM. 

Ainda de acordo com a analista, recentes ações do governo Trump mostram que, para os Estados Unidos, a parceria com o Brasil "já foi mais importante".

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