O Ocidente "não pode ignorar" a ascensão da China, tanto no campo militar, como econômico, disse Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, em um programa na BBC Radio.
"Não podemos ignorar as consequências da ascensão da China. A China terá em breve a maior economia do mundo. Eles já têm o segundo maior orçamento de defesa", alertou, segundo a agência Reuters.
Stoltenberg observou que Pequim está investindo "fortemente" em capacidades militares modernas e acrescentou 80 navios à sua Marinha apenas nos últimos cinco anos, o que é igual ao número total de navios pertencentes à Marinha Real do Reino Unido.
"A China está se tornando uma potência militar cada vez mais importante e nós temos que enfrentar isso", disse ele, acrescentando que a OTAN deve garantir que a aliança permaneça uma "força forte no futuro", pois enfrenta uma "mudança no equilíbrio global do poder".
Igualmente, o dirigente da organização militar advertiu a Europa e o Reino Unido sobre o papel da Huawei na segurança do país, mas disse confiar em Londres para projetar a rede 5G de maneira a se manter "segura".
Em janeiro os britânicos ofereceram um papel limitado ao gigante tecnológico chinês, com 35% da rede nacional, e o excluíram de partes "sensíveis" do projeto. A Huawei está presente no mercado britânico desde a época do 4G.
Resposta da China
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, respondeu às declarações de Stoltenberg afirmando que Pequim não representa nenhuma ameaça.
"Esperamos que a OTAN possa continuar a ter uma opinião correta sobre nós e ver nosso desenvolvimento de modo racional", disse ela.