Irã diz que avançará com processo judicial se bancos sul-coreanos não devolverem dinheiro congelado

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Alguns dos fundos foram utilizados para pagar bens humanitários para Teerã, por não estarem sujeitos a sanções, mas o futuro dos bilhões de dólares do Irã nos bancos sul-coreanos permanece incerto.

O presidente do Banco Central Iraniano, Abdolnaser Hemmati, condenou o contínuo congelamento dos fundos petrolíferos da nação persa nos bancos sul-coreanos, e ameaçou processar se a questão continuar sem solução no futuro próximo.

"É terrível ver que os bancos da Coreia [do Sul] negligenciaram convenientemente suas obrigações [e] acordos financeiros internacionais comuns, e decidiram fazer política e seguir as sanções ilegais e unilaterais dos EUA", lamentou Hemmati.

O Ministério das Relações Exteriores do Irã revelou anteriormente que os bancos sul-coreanos detêm atualmente cerca de US$ 7 bilhões (R$ 34,8 bilhões) devidos ao Irã por remessas de petróleo em fundos que foram congelados para cumprimento das sanções econômicas norte-americanas.

Vale destacar que US$ 500 mil (R$ 2,49 milhões) desses fundos foram recentemente usados para pagar cargas humanitárias para a República Islâmica, ao mesmo tempo que serão usados mais US$ 2 milhões (R$ 9,95 milhões) para pagar os kits de teste para COVID-19, já que Washington geralmente permite a venda de bens humanitários sem complicações na forma de sanções.

"Temos consultado os EUA, o Irã e os bancos detentores dos fundos congelados, buscando fazer progressos nesta questão. Até agora, conseguimos utilizar alguns dos fundos para expandir o comércio humanitário com o Irã, e continuaremos buscando maneiras de aumentar esse intercâmbio", declarou o representante do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Koh Kyung-sok.

Além disso, os dois países estão trabalhando em um veículo comercial especial semelhante ao mecanismo INSTEX, desenvolvido pela UE, para permitir a realização de algumas transações sem a ameaça de sanções econômicas, revelou Hemmati.

Sanções ao Irã

O Irã viu seus fundos congelados em alguns países que optaram por cumprir as sanções unilaterais que Washington impôs a Teerã em 2018, após a saída norte-americana do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês). Os Estados Unidos disseram que só cancelariam as sanções quando estivessem confiantes de que o Irã não estava desenvolvendo armas nucleares e que seu governo não muda suas políticas regionais.

Teerã nega veementemente as alegações de Washington de que está buscando um programa nuclear militar e argumentou que só estará pronto para negociar um novo acordo com os EUA depois que as sanções serem canceladas.

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