Os terremotos produzem ondas sísmicas sob a superfície da Terra que viajam por quilômetros de distância e, quando encontram mudanças na densidade ou composição da rocha, produzem ecos que podem ser detectados.
Geofísicos norte-americanos utilizaram o algoritmo de aprendizado automático Sequencer, desenvolvido para os estudos espaciais, para analisar sete mil sismogramas de centenas de terremotos de magnitude 6,5 e maiores que ocorreram ao redor da bacia do oceano Pacífico desde 1990 até 2018.
Ao analisar os dados obtidos, concluíram de que há uma incomum estrutura "muito densa e quente" debaixo das ilhas Marquesas, na Polinésia Francesa.
"Obtivemos uma perspectiva totalmente nova", declarou o autor principal do estudo, Doyeon Kim.
O cientista ressaltou que a utilização do algoritmo de aprendizado automático permite aos cientistas "serem capazes de detectar sistematicamente os ecos sísmicos e obterem novos conhecimentos sobre as estruturas na base do manto, que têm permanecido amplamente enigmáticas".
A equipe de Kim detectou ecos em aproximadamente 40% de todas as trajetórias de ondas sísmicas, o que significa que as estruturas no limite entre o núcleo e o manto terrestre "são muito mais extensas", explicou o pesquisador Vedran Lekic.
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— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) June 9, 2020
Além disso, os autores do estudo descobriram que uma mancha situada debaixo do Havaí, que também produz ecos excepcionalmente fortes, é muito maior que as estimativas anteriores, segundo o portal Science.
Os autores do estudo também acreditam que a descoberta ajudará na melhor compreensão dos processos geológicos que ocorrem nas profundidades do nosso planeta.
Este tipo de estruturas, conhecidas como zonas de velocidade ultrabaixa, se localiza próximo das chamadas plumas vulcânicas, onde a rocha quente sobe desde a zona do limite entre o núcleo e o manto.