Cenas de confronto tomaram as ruas de Londres no sábado (13). O movimento Black Lives Matter (BLM) chegou a cancelar o protesto após saber que associações de fãs de futebol iriam à capital britânica para supostamente proteger estátuas e policiais. Ao lado de radicais de direita, algumas pessoas entraram em confronto com apoiadores do BLM. As imagens da situação circularam o mundo.
Alguns radicais de direita chegaram a entrar em choque com a própria polícia e atiraram garrafas nos policiais durante as manifestações. Os confrontos continuaram mesmo após o término do protesto dos apoiadores do BLM.
A polícia metropolitana de Londres informou em comunicado que houve diversas infrações durante o protesto.
"Um total de 113 prisões foram feitas ontem após manifestações no centro de Londres. As prisões foram feitas por uma série de infrações, incluindo violação da paz, desordem violenta, agressão a policiais, posse de uma arma ofensiva, posse de drogas de classe A e uso de drogas", afirma o documento, que acrescenta ainda que pelo menos 23 policiais ficaram feridos de forma leve.
O comandante da polícia londrina, Bas Javid, afirmou ainda em comunicado que as cenas durante o protesto eram "chocantes".
"Hooliganismo irracional como esse é totalmente inaceitável e estou satisfeito por terem sido feitas prisões. Agora, trabalharemos em estreita colaboração com os tribunais em busca por justiça", disse Javid
De acordo com o comunicado, um homem de 28 anos, suspeito de "ultrajar a decência pública", estava entre os detidos. A polícia suspeita que o homem esteja conectado a uma fotografia que mostra uma pessoa urinando perto do memorial dedicado a Keith Palmer, um policial que foi morto durante um ataque terrorista em Londres, em 2017.
O protesto em Londres contra o racismo e a violência policial é parte de uma onda de manifestações que se espalhou após o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos. O homem negro morto sob custódia policial tornou-se símbolo de protestos que primeiro tomaram as cidades dos EUA e depois se espalharam por outros países. Na Europa, diversas cidades como Berlim, Madrid, Paris e Lisboa registraram protestos semelhantes nas últimas semanas.