Os monumentos pré-históricos da Arábia Saudita continuam guardando inúmeros segredos sobre sua construção, função e cronologia.
Por esse fato, a descoberta de uma vasta plataforma ritual no norte da atual Arábia Saudita, permitiu lançar luz sobre a evolução da ocupação humana e dos costumes rituais na região.
Uma equipe internacional de cientistas da França, Arábia Saudita e Itália, liderada por Olivia Munoz, descobriu uma plataforma triangular de 35 metros de comprimento enterrada no oásis de Dumat al-Jandal (norte da Arábia Saudita).
O achado foi relatado e apresentado em estudo publicado pela Universidade de Cambridge (Reino Unido) e analisado pelo portal científico Ancient Origins.
Construído em várias fases desde o sexto milênio a.C., este monumento excepcional era provavelmente dedicado a práticas rituais, algumas das quais talvez funerárias ou comemorativas.
Para chegar a essas conclusões, os cientistas estudaram e dataram por carbono-14 os objetos e restos humanos encontrados dentro e ao redor da plataforma, em dois nichos laterais e também em tumbas próximas.
Sob as pedras, foram descobertos vários corpos humanos que levaram os pesquisadores a concluir ser a área simbolicamente importante e local de atividade social e ritual deixada por pastores nômades durante este período remoto.
Mas o mais inesperado foi que, em um túmulo saqueado, entre restos de corpos antigos, os arqueólogos descobriram artefatos egípcios antigos.
Como os artefatos egípcios alcançaram a Arábia Saudita?
Os arqueólogos descobriram treze contas egípcias, conchas do Mar Rosa, uma conta de faiança com esmalte egípcio e um amuleto de escaravelho do antigo Egito.
Estes artefatos indiciam antigas relações comerciais entre os habitantes de Dumat al-Jandal e o antigo Reino Novo egípcio, que dominou entre os séculos XVI e XI a.C. Mas como chegaram estes objetos do Egito a uma plataforma sagrada no interior do antigo território árabe?
O estudo adianta que isso se deverá à proximidade do local com o Sinai e com o Levante Sul. Provavelmente nunca se determinará ao certo, mas os arqueólogos pretendem efetuar mais escavações que ajudem a entender a vida na atual Arábia Saudita 8.000 anos atrás.