Os especialistas alemães conseguiram recriar as duras condições na crosta terrestre profunda, tal como existiam há cerca de 3,8 bilhões de anos, que foi onde, segundo eles, a vida começou. Nessas condições, eles foram capazes de criar e destruir 1.500 vesículas, estruturas biológicas parecidas a bolhas semelhantes à membrana de uma célula, durante um período de duas semanas.
Os resultados do estudo, ainda não aprovados cientificamente, estão descritos em um livro que está previsto ser divulgado em julho e que poderia revelar sobre como exatamente a vida começou e se desenvolveu.
Os pesquisadores geraram e destruíram várias gerações de vesículas, algumas das quais foram capazes de sobreviver às duras pressões e condições geoquímicas às quais foram submetidas. Isso porque elas absorveram certas biomoléculas em suas membranas, o que lhes deu uma vantagem, ilustrando como as estruturas biológicas conseguiram sobreviver pela primeira vez, detalham os pesquisadores.
"Concluímos que, dessa maneira, as vesículas foram capazes de compensar a pressão destrutiva, como estratégia de sobrevivência, se quiser", explica um dos autores do livro, o químico Christian Meyer.
Portanto, a questão é saber como pequenas gotículas biomoleculares se formando dentro da crosta terrestre levaram a um planeta rico em vida. Os cientistas indicam que a atividade do próprio planeta pode ter provocado esse processo.
"Simulamos em um lapso de tempo, de bilhões de anos atrás, em que essas vesículas podem ter se tornado estáveis o suficiente para vir à superfície durante erupções de gêiseres", disse Ulrich Schreiber, geólogo e coautor do estudo.