"Unfair Game", um novo livro publicado por lorde Ashcroft, revela práticas realizadas em 333 fazendas na África do Sul, onde leões são criados em cativeiro para posteriormente os criadores venderem seus ossos, revela o tabloide The Sun.
Este comércio milionário se origina em uma alta demanda na China e em outros países da Ásia, onde os ossos são usados nas medicinas tradicionais. No livro, que começou neste domingo (14) a ser publicado por partes no jornal The Mail, é detalhada uma operação secreta para expor esta indústria.
De acordo com Ashcroft, os leões crescem em condições tão deploráveis que poderiam espalhar doenças fatais como a tuberculose e o botulismo.
O doutor Peter Cadwell, um especialista em veterinária selvagem em Pretória, afirmou que botulismo - uma doença infecciosa que ataca o sistema nervoso - poderia se espalhar para as pessoas através de ossos e pele infectados.
"Se este leão morrer por botulismo, a pessoa que o criou não irá perder este animal o enterrando ou queimando. Na verdade, eles vão colocá-lo no comércio de ossos e pele de leões", afirmou o Cadwell. "A toxina continua no corpo do animal, por isso as pessoas que usarem seus ossos podem morrer de uma forma miserável, uma morte dolorosa".
Além destas, os ossos de leões podem espalhar outras doenças como a brucelose - uma infecção que causa artrites e a inflamação do coração.
O livro estima que existam ao todo 12 mil leões criados em cativeiro secretamente na África do Sul, enquanto três mil vivem na natureza.
"Então, estaremos caminhando como sonâmbulos diretamente em direção de uma nova grande crise pública de saúde, com a indústria de ossos de leão em seu centro? Temo que sim", lamentou Ashcroft.
Segundo o autor do livro, "poderia ser o surgimento de uma doença que já existe, ou poderia ser uma nova e assustadora infecção, como a COVID-19 foi".