Foi durante trabalhos arqueológicos no Castelo Real da cidade de Nowy Sacz (Polônia) que especialistas da Associação Histórica e Exploratória local detectaram o tesouro, quando procediam a escavações ao lado das ruínas do castelo.
Segundo o jornal polonês em língua inglesa The First News, os especialistas creem que as peças do tesouro achado tenham pertencido a judeus assassinados durante a Segunda Guerra Mundial.
"Começamos a extrair o papel delicadamente, que estava em muito mau estado. Pouco depois, vimos prata, muita prata", relatou Stanislaw Pustulka, que fez a descoberta quando desenterrava fragmentos de papel com os quais se tinha deparado.
Os seis membros da equipe removeram delicadamente a arca, que havia se desintegrado e suas partes metálicas enferrujado com o tempo. O que restou incólume foram os 103 objetos de prata que continha, feitos na Polônia e Áustria.
O arqueólogo local Bartlomiej Urbanski, que esteve presente no local, opinou que se trataria de artefatos judaicos, "provavelmente da virada dos séculos XIX e XX, ligados a rituais judaicos e presumivelmente enterrados durante a Segunda Guerra Mundial".
Urbanski não exclui a hipótese de o tesouro ter sido roubado pelos nazistas e enterrado na impossibilidade de o levarem, tanto mais que as tropas hitlerianas tinham ocupado o castelo e ali instalado um quartel militar e um depósito de munições.
Durante a ocupação nazista, mais de 20.000 judeus de Nowy Sacz foram confinados em um gueto, tendo toda a população sido enviada em 1942 para o campo da morte de Belzec.
Em 1945, a resistência polonesa explodiria o depósito de munição, quase destruindo totalmente o castelo.
A descoberta da prata foi feita a apenas 20 metros do local onde moedas de dinar do século XV haviam sido achadas no início deste ano pela mesma equipe.
O tesouro será agora analisado pelos arqueólogos, que identificarão, listarão e limparão todos os objetos, que serão então entregues ao Museu Regional na cidade.