Especialistas ocidentais afirmam que o sistema a laser permitirá atingir alvos desarmados no solo de maneira silenciosa, além de reduzir a poeira.
A aeronave AC-130 passa por modernização desde 2015. Durante esta modernização, foram fabricadas munições guiadas de grande calibre, mísseis, munição ajustável para canhões de 30 milímetros e dois sistemas a laser, que podem gerar 120 e 60 quilowatts.
O laser poderá lidar com alvos levemente blindados, aeronaves, helicópteros e infantaria. O sistema também pode agir de forma não letal, servindo para cegar soldados inimigos.
Entretanto, a instalação do sistema ocuparia quase toda a fuselagem da aeronave, sendo assim os militares norte-americanos optaram pelo laser de menos potência, de 60 quilowatts, que foi projetado para destruir veículos civis.
"O AC-130 tem um canhão de 30 milímetros, preciso como um rifle sniper, bem como diversas outras armas de alta tecnologia [...] Contudo, o laser fornecerá novas oportunidades ao canhão [...]", afirmou Tom Palenske, coronel do Comando de Operações Especiais da Força Aérea dos EUA, acrescentando que o sistema permitirá fazer um furo no motor de um veículo de maneira discreta, sem ruídos ou clarões.
O Pentágono também afirma que o modernizado AC-130 será capaz de lidar com drones, cegar a ótica dos blindados e destruir mísseis de cruzeiro em voo.
Apesar de toda expectativa e da confiança do Pentágono, alguns especialistas afirmam que essas tecnologias são uma utopia inacessível em um futuro próximo.
"Existem diversos obstáculos em torno da criação de um laser de combate aéreo [...] Não há fonte de energia suficiente em um avião. Além disso, é preciso ter um sistema de refrigeração adequado. Chuva, nevoeiro, neve, nuvens, temperatura do ar, altitude e até mesmo o vento podem afetar consideravelmente a eficiência do laser", explicou Viktor Murakhovsky, editor-chefe da revista militar Arsenal Otechestva.
Ele destacou que diversos países trabalham em sistemas a laser desde os anos 1960, mas ninguém conseguiu transformá-los em um sistema eficaz de combate.
"Eu não acredito que os norte-americanos desenvolvam um laser de combate para o AC-130. Eles já tentaram algo parecido, mas não deu resultado", ressalta.
Anteriormente, os EUA lançaram uma aeronave Boeing YAL-1 com laser químico, em 2002. Durante os testes, a aeronave eliminou com êxito seus alvos, mas o projeto foi encerrado em 2011, devido aos altos custos.