Trump viu Venezuela como 'parte dos EUA' e que seria 'legal' invadi-la, diz Bolton em livro

© REUTERS / Jonathan DrakeEx-conselheiro de segurança nacional dos EUA, John Bolton (foto de arquivo)
Ex-conselheiro de segurança nacional dos EUA, John Bolton (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O presidente dos EUA, Donald Trump, achou que seria "legal" invadir a Venezuela, mas foi persuadido a não fazê-lo pela "propaganda ao estilo soviético" de Moscou, segundo ex-assessor da Casa Branca em livro.

Trump também descreveu o país sul-americano como "realmente parte dos Estados Unidos", afirma o ex-assessor de segurança nacional, John Bolton, em trechos do seu livro divulgados ao jornal Washington Post, uma das três mídias que tiveram acesso à parte do conteúdo das memórias de Bolton, chamado "The Room Where It Happened: A White House Memoir" ("A Sala Onde Aconteceu: Uma Memória da Casa Branca", em tradução livre).

O New York Times e o Wall Street Journal também receberam os vazamentos do livro que estava marcado para lançamento em 23 de junho, mas foi retido por um processo do governo Trump, que alega que ainda contém informações secretas.

O ex-braço direito da presidência dos EUA para segurança nacional, contratado por Trump em abril de 2018, tem sido um defensor direto da mudança de governo no Irã, e também uma das forças motrizes por trás do esforço de Washington para derrubar o presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Em janeiro de 2019, o presidente norte-americano reconheceu o político da oposição Juan Guaidó como o presidente interino da Venezuela a pedido de Bolton. Segundo o livro, um dia após o reconhecimento do opositor venezuelano, os EUA manifestaram preocupação, pois Guaidó parecia "fraco" e infantil ao lado do "duro" Maduro.

© AP Photo / Alex BrandonDonald Trump discursa durante uma palestra no Texas (foto de arquivo)
Trump viu Venezuela como 'parte dos EUA' e que seria 'legal' invadi-la, diz Bolton em livro - Sputnik Brasil
Donald Trump discursa durante uma palestra no Texas (foto de arquivo)

Trump foi "amplamente persuadido" a não derrubar Maduro depois de um telefonema com o presidente russo Vladimir Putin em maio de 2019, afirma Bolton, chamando a comparação de Putin a Guaidó com a rival de Trump em 2016, Hillary Clinton, uma "exibição brilhante de propaganda no estilo soviético", de acordo com o Washington Post.

Nesta quinta-feira (18), Trump se pronunciou pelo Twitter sobre o livro publicado por Bolton, comentando que seu conteúdo é composto "de mentiras e histórias falsas".

​O livro "extremamente tedioso" de Wacko John Bolton (New York Times) é feito de mentiras e histórias falsas. Falou só coisas boas sobre mim, de forma impressa, até o dia em que o despedi. Um tolo chato e descontente que só queria ir para a guerra. Nunca teve uma ideia, foi banido e felizmente despejado. Que bobagem!

Ainda é questionável se Trump disse ou não tais afirmações, com seu representante comercial negando as alegações de Bolton sobre as negociações do presidente com a China, por exemplo. Por outro lado, dois mercenários americanos foram capturados na Venezuela em maio, em uma tentativa frustrada de se infiltrar através da Colômbia.

Bolton foi demitido em setembro de 2019, depois de confrontar Trump por causa da recusa do presidente em bombardear o Irã pelo drone dos EUA abatido no golfo Pérsico.

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