"É inadmissível que novamente Trump considere a América Latina como seu pátio traseiro e pretenda impor um norte-americano para presidir o BID, que já tem sede em Washington, razão pela qual o presidente deve ser latino-americano", escreveu no Twitter o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales (2006-2019).
Em 18 de junho, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), Ricardo Lagos (Chile, 2000-2006), Júlio María Sanguinetti (Uruguai, 1985-1990 e 1995-2000), Juan Manuel Santos (Colômbia, 2010-2018) e Ernesto Zedillo (México, 1994-2000) também rechaçaram a iniciativa dos EUA.
"Desejamos manifestar nossa profunda preocupação e desacordo com tal proposta; isto implica uma ruptura da norma não escrita, mas respeitada desde sua origem pela qual o BID, por razões, entre outras, de eficiência financeira, teria sua sede em Washington, mas, em troca, sempre seria conduzido por um latino-americano", salientaram os ex-líderes latino-americanos em 18 de junho, durante um comunicado conjunto.
Além disso, consideraram que a nomeação de um cidadão norte-americano à presidência do BID não anunciaria "bons tempos" para o futuro da organização.
Por outra parte, analisam que esta decisão levanta "outro muro" na forma de compreender a relação entre os EUA e o resto do continente.
A candidatura
Os EUA anunciaram que irão nomear Claver-Carone para presidir o BID, uma instituição que nunca foi liderada por um norte-americano em suas seis décadas de história.
Claver-Carone ocupou postos no Departamento do Tesouro e no Fundo Monetário Internacional antes de sua chegada à Casa Branca como assessor sênior do presidente.
O norte-americano de origem cubana, atualmente assistente adjunto de Trump e diretor para assuntos latino-americanas no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, é conhecido por seu ativismo contra o governo cubano e sua firme oposição a Maduro.
O BID é o maior banco de desenvolvimento regional do mundo, e integra 48 países.