Militares dos EUA não receberam ordem para saída da Alemanha, diz general norte-americano

© AP Photo / Jens MeyerSecretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, visita soldados norte-americanos na base de Grafenwoehr, na Alemanha, 7 de novembro de 2019
Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, visita soldados norte-americanos na base de Grafenwoehr, na Alemanha, 7 de novembro de 2019 - Sputnik Brasil
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Em meio a relatos que o Pentágono queria evitar a retirada de tropas anunciada por Trump, o militar norte-americano diz que ainda não recebeu ordem para o fazer.

O general norte-americano Jeffrey Harrigian afirmou em conversa com repórteres na quinta-feira (18) no Grupo de Escritores de Defesa, que não recebeu nenhuma ordem de retirada de tropas dos EUA, escreve o portal Military.com.

"Neste momento, não recebi nenhuma orientação específica que me oriente a fazer algum planejamento específico sobre isso", disse Harrigian, se referindo à Alemanha, e apontando que todas as questões sobre o assunto deveriam ser encaminhadas para a Casa Branca.

Um porta-voz do governo alemão disse na quarta-feira (17) que a Alemanha está aguardando detalhes de como o Departamento de Defesa dos EUA planeja implementar o plano de Trump de reduzir o número de tropas destacadas.

Segundo disse um colunista do Washington Post na terça-feira (16), o processo de retirada de tropas da Alemanha demoraria muito tempo, citando uma fonte anônima que acredita que o Pentágono impede a realização da ação de Trump de todas as formas possíveis.

Berlim não se surpreendeu com os eventos, observando que as atuais relações bilaterais entre Berlim e Casa Branca são "difíceis", e notando a falta de uma relação entre a administração Trump e o governo alemão.

O presidente dos EUA, Donald Trump, fez na segunda-feira (15) uma declaração sobre a redução de 9.500 soldados da Alemanha, diminuindo pela metade a presença militar norte-americana no país europeu, ao afirmar que Berlim é "delinquente nos pagamentos à OTAN" e que o país "possui bilhões da OTAN e eles sabem disso", em referência à meta de gastos de defesa da organização de pelo menos 2% do PIB contra os 1,4% de Berlim.

© AFP 2023 / Daniel RolandBandeiras dos EUA e da Alemanha hasteadas na base aérea de Ramstein, na Alemanha
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Bandeiras dos EUA e da Alemanha hasteadas na base aérea de Ramstein, na Alemanha

A meta é, no entanto, um ponto contratual não vinculativo, que expirará em 2024. Trump também expressou ser contra o fato de a "Alemanha pagar bilhões de dólares à Rússia em energia, e os EUA deverem protegê-la da Rússia".

Comentando a declaração de Trump, a embaixadora alemã em Washington, Emily Haber, prometeu que "os Estados Unidos continuam sendo o principal parceiro da Alemanha" fora da União Europeia, marcando o compromisso de Berlim de manter a cooperação militar e de segurança com os Estados Unidos.

Oposição contra-ataca

Enquanto a admiministração Trump e o Pentágono decidem o destino das tropas dos EUA, legisladores norte-americanos introduziram em ambas as câmaras do Congresso um projeto de lei para impedir que o governo Trump use qualquer verba federal para uma retirada de tropas norte-americanas da Alemanha, de acordo com o texto do projeto publicado na quinta-feira (18).

A Lei para Manter os Interesses de Segurança Nacional dos Estados Unidos na Europa, apresentada por Eliot Engel, representante do estado de Nova York, e pelo senador Bob Menendez, ambos do Partido Democrata, afirma que "nenhum fundo federal está autorizado a ser apropriado ou disponibilizado para tomar qualquer medida" para:

• (1) retirar ou reduzir a presença global, incluindo a presença rotativa, membros das Forças Armadas ou funcionários civis do Departamento de Defesa na Europa;

• (2) encerrar ou de outra forma alterar o status de qualquer base ou outra instalação das Forças Armadas localizadas na Europa;

• (3) retirar ou de outra forma reduzir a presença global de ativos das Forças Armadas na Europa.

Segundo o projeto de lei, a proibição não se aplicará no caso de um governo anfitrião transmitir ao governo dos Estados Unidos um pedido por escrito para tal retirada ou outra redução.

O projeto de lei enfatizou que os Estados Unidos devem continuar mantendo e reforçando os laços bilaterais existentes com a Alemanha e manter uma forte presença militar no país "de modo a impedir novas agressões da Rússia ou de outros adversários contra os Estados Unidos e seus aliados e parceiros".

"O mais tardar 60 dias após a data da promulgação desta lei, o presidente, em consulta com o secretário de Estado, o secretário de Defesa e o presidente do Estado-Maior Conjunto, apresentarão às comissões competentes do Congresso um relatório que detalha o processo decisório utilizado para chegar à decisão de retirar membros das Forças Armadas [norte-americanas] da Alemanha, anunciada em 15 de junho de 2020", diz o documento.

Atualmente, cerca de 34.500 soldados norte-americanos estão baseados na Alemanha e mais de 30.000 civis norte-americanos e cidadãos alemães estão trabalhando nas bases militares do país.

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