Flávio também elogiou a "lealdade e a competência" de Wassef, que segundo o senador "são ímpares e insubstituíveis".
De acordo com Flávio, Wassef acredita que "está sendo usado para prejudicar" o parlamentar e o presidente Jair Bolsonaro, por isso "deixa a causa ciente de que nada fez de errado".
Wassef defendia Flávio Bolsonaro no caso que investiga a prática de rachadinha quando o político era deputado estadual no Rio de Janeiro. O esquema de desvio de verbas consiste em servidores e funcionários do gabinete de um parlamentar devolverem parte de seus salários.
A lealdade e a competência do advogado Frederick Wassef são ímpares e insubstituíveis. Contudo, por decisão dele e contra a minha vontade, acreditando que está sendo usado para prejudicar a mim e ao Presidente Bolsonaro, deixa a causa mesmo ciente de que nada fez de errado.
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) June 21, 2020
Apontado como um dos operadores da fraude, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, foi preso na quinta-feira (18) em um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, que pertence a Frederick Wassef.
Embora o Ministério Público do Rio de Janeiro ainda não tenha apresentando denúncia contra Queiroz e ele não seja réu, o MP pediu a prisão preventiva do ex-assessor de Flávio por obstrução da Justiça e entender que ele tentava ocultar provas.
'Estou saindo do caso', diz Wassef
Pouco antes de Flávio usar o Twitter para comunicar a saída de Wassef do caso, o advogado deu entrevista para a CNN Brasil afirmando que deixaria de representar o senador.
"Assumo total responsabilidade e estou saindo do caso, subestabelecendo para outro colega. Ficarei fora do caso para que não me usem", afirmou, argumentando que tem sido "atacado" para que o presidente Jair Bolsonaro seja atingido.
'Sabia que utilizava' a casa
Sobre a presença de Queiroz em sua casa, admitiu que o ex-assessor de Flávio usava o sítio, mas que não sabia que ele estava no local no momento de sua prisão.
"Eu sabia que ele utilizava [a casa]", afirmou, mas "na data da prisão, eu não sabia", acrescentou.
"Por tudo que é mais sagrado, no dia da prisão, eu não sabia que ele estava lá, para mim, ele estava no Rio de Janeiro", disse Wassef.
Segundo o advogado, Queiroz usava o sítio para fazer tratamento contra um câncer na Santa Casa de Bragança Paulista.
"Fabrício Queiroz não estava escondido e eu não estava escondendo. Nunca esteve procurado, foragido, não existia prisão decretada, sequer foi solicitada sua presença no Ministério Público", disse Wassef, embora o ex-assessor de Flávio Bolsonaro não tenha comparecido para depor a pedido do MP por mais de uma vez.
'Omiti essas informações do presidente'
Wassef afirmou que é advogado de Jair Bolsonaro, com quem teria uma "relação estritamente de caráter jurídico", apesar da advogada Karina Kufa ter divulgado nota afirmando que ele não representava o presidente.
Mas, segundo Wassef, nem Bolsonaro nem o filho sabiam que Queiroz usava a sua residência em Atibaia.
"Nunca, jamais, o presidente da República Jair Bolsonaro soube ou teve conhecimento desses atos, desses fatos. Essa é minha inteira responsabilidade. Eu omiti essas informações do presidente da República, eu omiti essas informações do senador Flávio Bolsonaro. O momento oportuno em que eu puder dizer por que eu omiti eu vou dizer", disse.