A região emergiu como um novo ponto de acesso global para a pandemia em rápida expansão, já que as mortes ultrapassaram 100 mil nesta semana e os casos triplicaram de 690 mil há um mês para 2 milhões.
Altos níveis de pobreza e grandes setores informais - o que significa que muitos trabalhadores não podem ficar em quarentena - combinaram-se com a superlotação nas cidades e cuidados de saúde públicos inadequados, particularmente em comunidades rurais isoladas, para impedir a luta da América Latina para conter o contágio.
O Brasil deve exceder 166 mil mortes e o México ultrapassará 88 mil, de acordo com a previsão do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) da Universidade de Washington.
O mesmo trabalho prevê-se que Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala e Peru tenham mais de 10 mil mortes, enquanto 15 países, incluindo Paraguai, Uruguai e Belize, são vistos com menos de mil mortes cada.
"Vários países latino-americanos estão enfrentando trajetórias explosivas, enquanto outros contêm infecções efetivamente", avaliou o diretor do IHME, Dr. Christopher Murray.
O que fazer para impedir o pior?
Os pesquisadores do IHME alertaram que a perda de vidas poderia aumentar ainda mais do que a previsão já sombria se s ordens sobre o uso de máscaras e o distanciamento social forem relaxadas.
No pior cenário, o número de mortos pela COVID-19 pode subir para 340.476 pessoas no Brasil e 151.433 no México, informou o relatório. Os líderes do Brasil e do México foram punidos por não levarem o vírus a sério o suficiente e pressionarem pela reabertura de suas economias antes que o vírus fosse domado.
"O Brasil está em um momento sombrio. A menos que e até que o governo tome medidas sustentadas e aplicadas para retardar a transmissão, o país continuará sua trágica trajetória ascendente de infecções e mortes", afirmou Murray.
Enquanto o presidente brasileiro Jair Bolsonaro continua minimizando a gravidade da crise da saúde, o maior país da América Latina registrou quase 1,2 milhão de casos e 53.830 mortes. A transmissão pode ser reduzida pela metade em comunidades onde as pessoas estão usando máscaras ao sair de casa, de acordo com o IHME.
"O aumento do teste e o uso de máscaras são ferramentas importantes para reduzir o número dessa pandemia no México, além de manter distância saudável", declarou o Dr. Rafael Lozano, diretor de Sistemas de Saúde do IHME.
Se o uso de máscaras aumentar para 95%, o Brasil poderá ver apenas 147.431 mortes e o número previsto de mortes no México poderá cair para 79.652, disseram os pesquisadores.