Os yanomamis, indígenas conhecidos por suas pinturas faciais e piercings intricados, ficaram isolados do mundo exterior até meados do século XX, e muitos ainda vivem nas profundezas da Floresta Amazônica.
O tiroteio fatal ocorreu no início de junho, mas os relatos chegaram à polícia de Roraima nesta semana, quando um yanomami que acompanha sua esposa ao hospital na capital do estado, Boa Vista, contou a história às autoridades, declarou a Hutukara Associação Yanomami (HAY).
O incidente parece seguir um padrão que tem ocorrido com frequência nas terras dos yanomamis desde os anos 80, em que os garimpeiros inicialmente oferecem comida e bugigangas aos indígenas, e então invadem cada vez mais suas reservas, levando a conflitos.
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"Tememos que as famílias dos yanomamis assassinados possam decidir retaliar os garimpeiros ilegais, de acordo com o sistema judiciário yanomami, potencialmente levando a um ciclo de violência que pode terminar em tragédia", afirmou o grupo de direitos humanos em comunicado.
Os yanomamis têm um histórico de conflito com os garimpeiros invasores que datam da década de 1970. Juntamente com doenças como sarampo e malária, os conflitos dizimaram a população yanomami, que hoje é de 27 mil.
"O assassinato de mais dois yanomamis por garimpeiros invasores deve ser minuciosamente investigado e enfatiza a necessidade de o governo brasileiro agir com urgência para remover imediatamente todos os garimpeiros que operam ilegalmente em terras yanomamis", afirmou a entidade.