"Quem acredita que a parceria transatlântica será mais uma vez o que era com um presidente democrata subestima as mudanças estruturais", disse o ministro à agência de notícias alemã dpa, sugerindo que as relações entre os dois aliados nunca serão as mesmas, mesmo sem o atual presidente Donald Trump no comando em Washington.
Ainda assim, ele também admitiu que Berlim ainda não está pronta para desistir de sua aliança de longa data com Washington. "As relações transatlânticas são extraordinariamente importantes, permanecerão importantes e estamos trabalhando para garantir que eles tenham um futuro", destacou ele.
As relações entre os dois aliados da OTAN de fato azedaram sob a presidência de Trump a tal ponto que a mídia alemã começou a se referir a Berlim como o "adversário favorito" do líder americano. Trump repetidamente criticou Berlim por sua falha em atingir o índice de 2% das despesas de defesa sob suas obrigações da OTAN.
Mais recentemente, ele decidiu retirar quase 10 mil das 34.500 tropas estadunidenses atualmente estacionadas na Alemanha, acrescentando que ele não as traria de volta até que Berlim pagasse suas "delinquentes" contas da OTAN.
Washington também entrou em conflito com Berlim repetidamente sobre o destino do gasoduto russo Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) - um projeto apoiado pela Alemanha que os EUA aparentemente tentaram derrubar a qualquer custo.
Uma tarifa de aço de 25% e uma tarifa de alumínio de 10% que Trump impôs à União Europeia (UE) que afetou gravemente a indústria automobilística alemã também não melhoraram as relações entre os dois países, nem as ameaças de Washington de mirar carros importados com tarifas, algo que a chanceler alemã Angela Merkel chamou de "uma ameaça real à prosperidade de muitos no mundo".
Merkel também alertou que a Europa deve estar pronta para uma realidade sem os EUA como potência mundial.