De acordo com o jornal Global Times, uma fonte anônima do governo chinês revelou que Camberra está enviando seus agentes à China para reunir dados de inteligência e recrutar fontes, instigando os cidadãos chineses à deserção, além de espionar estudantes e organizações chinesas na Austrália e incentivar notícias falsas para promover a "teoria de espionagem por parte da China".
Em resposta a estas atividades da Austrália, as agências de contraespionagem chinesas tomaram medidas enérgicas para proteger a segurança e os interesses nacionais da China, afirmou a autoridade.
"Múltiplos casos de espionagem por parte da Austrália foram descobertos pelas agências policiais chinesas" nos últimos anos, o que demonstrou que a "Austrália é um veterano na espionagem contra outros países", indica a fonte.
"As agências de inteligência australianas utilizaram a construção de uma nova embaixada chinesa como uma oportunidade para implantar diferentes tipos de dispositivos de escuta, incluindo escutas telefônicas sísmicas e dispositivos de indução eletromagnética de alta e baixa frequência em toda a embaixada", observou.
Assim que a construção foi finalizada, os especialistas chineses encontraram dispositivos de escuta encobertos em quase todos os pisos e paredes, inclusive no sótão, o que fez com que fosse tomada a decisão de construir outro prédio da embaixada na Austrália.
Em 2018, uma agência policial chinesa descobriu uma operação de espionagem lançada por Camberra, resultando na prisão de agentes que trabalhavam para os serviços secretos australianos, além de ter confiscado equipamentos de espionagem, dólares norte-americanos e yuans, bem como informações de inteligência que iam ser transmitidas.
Entre os objetos confiscados havia uma bússola, um pen-drive, uma máscara, um mapa de Xangai, luvas e um caderno com anotações relevantes para a missão, escritas em inglês.
Atualmente, as operações australianas de infiltração, espionagem e roubo tecnológico contra a China foram intensificadas, ressalta o Global Times.
"As agências de inteligência e de segurança australianas elevaram seus orçamentos e fortaleceram a construção de redes de espionagem contra a China", afirmou a fonte, alegando que Camberra estabeleceu uma estação de inteligência em Pequim, na embaixada australiana.
"Esta estação é a maior no Leste Asiático e também serve como centro de conexões para administrar as atividades de espionagem da Austrália em outros países da região como o Japão, Coreia do Sul e Mongólia", citou.
A intensificação das atividades de espionagem se deve à "ascensão da China", opina Chen Hong, diretor do Centro de Estudos Australianos da Universidade Normal do Leste da China em Xangai.
Como membro da aliança de inteligência Cinco Olhos (formada também por Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e EUA), a Austrália sente que tem a "responsabilidade" de reunir informação chinesa e compartilhá-la com seus aliados, porém "não lhe basta ser um fiel seguidor dos EUA, quer tomar suas próprias decisões, como anunciar um "boicote" à gigante chinesa de telecomunicações Huawei, tentando convencer outros países para que sigam o mesmo caminho", recordou Chen.