O depósito compulsório é um mecanismo que determina a obrigação dos bancos de reservar no Banco Central uma parte dos valores que eles captam com seus clientes.
A medida permite que os bancos descontem do compulsório os valores que foram emprestados para empresas com faturamento anual de até R$ 50 milhões. Segundo uma nota do governo federal, a iniciativa tem potencial de liberação de recursos para operações de capital de giro e para aplicações em Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE) de até R$ 55,8 bilhões.
"Essa oferta de crédito não é suficiente para o tamanho da demanda por crédito [por parte dessas empresas]", afirmou à Sputnik Brasil.
Outro problema destacado por Mendes é de que muitas empresas não estão conseguindo ter capital de giro suficiente para conseguir se beneficiar da medida.
"Outro ponto é que como é que essas empresas podem entregar garantias que possam permitir que elas tenham acesso a essas linhas de crédito se as suas receitas estão zeradas ou muito comprometidas?", questionou.
O economista acredita que novas medidas de auxílio às pequenas e médias empresas serão necessárias no curto prazo.
"A ideia é que, apesar de estar vindo em um momento oportuno, é bem provável que nós iremos ver novas políticas que vão tentar se aproximar mais do tamanho dessa demanda que vai sendo sentida pelo governo", afirmou.
Segundo Mendes, o ideal é que o governo em um futuro consiga se antecipar à demanda.
"O problema é se isso vai chegar a tempo, porque até o momento o que eu acho mais incoerente é que as ações de políticas monetárias para ajuda das pequenas e médias empresas são sempre um reflexo do excesso de demanda, enquanto elas deveriam chegar à ponta antes que essa demanda aumentasse", completou.