A atual crise nas relações entre Pyongyang e Seul pode ter sido exacerbada por panfletos de propaganda que foram lançados na Coreia do Norte vindos do Sul há cerca de um mês.
Segundo explicou o embaixador russo na Coreia do Norte, Aleksandr Matsegora, um lançamento de balão que foi realizado em 31 de maio continha imagens provocativas dirigidas à esposa de Kim Jong-un, Ri Sol-ju, e causou "grave indignação" em Pyongyang após a descoberta.
"Os panfletos continham um tipo especial de propaganda suja e insultuosa, dirigida à cônjuge do líder", afirmou Matsegora, conforme citado pela agência AFP, acrescentando que o material em questão foi editado em Photoshop "de forma tão baixa" e serviu como "a última gota" para a Coreia do Norte.
O embaixador também descartou especulações sobre a irmã de Kim, Kim Yo-jong, estar sendo treinada para chefiar a Coreia do Norte, apontando que "ninguém ousa se chamar de número dois no país".
"Eu acho que se você perguntasse à camarada Kim Yo-jong se ela seria a número dois, ela responderia com um forte 'não'", apontou Matsegora.
Em junho, as autoridades sul-coreanas expressaram sua intenção de introduzir novas leis que impediriam os ativistas de lançar panfletos de propaganda através da fronteira com a Coreia do Norte. Embora policiais às vezes tenham sido enviados para bloquear tais atividades, Seul nunca os proibiu totalmente, argumentando que os ativistas estavam meramente exercendo suas liberdades.
Enquanto isso, a Coreia do Norte, que criticou a aparente relutância da Coreia do Sul em deter as ações dos desertores norte-coreanos em inúmeras ocasiões, decidiu, em uma reunião do Comitê Central, começar a tratar Seul como um "inimigo".
Tendo condenado tais lançamentos de balões em várias ocasiões, a Coreia do Norte acabou explodindo um escritório de comunicação na cidade fronteiriça de Kaesong, enquanto a irmã de Kim Jong-un declarou que o Exército norte-coreano "determinará algo para esfriar o ressentimento de nosso povo e certamente o levará a cabo".