Seus voos não eram mostrados nas tabelas dos aeroportos e as passagens não podiam ser compradas oficialmente para voar entre Cairo e Tel Aviv, rota que a companhia aérea voou secretamente por décadas.
A companhia aérea em questão é a Air Sinai, que foi criada em 1982, depois que o Egito e Israel alcançaram um acordo de paz.
O acordo foi assinado em 1979, e estabelecia as relações diplomáticas, econômicas e culturais entre ambas as nações. Ele estipulava o requisito de manter as rotas de aviação civil, onde sempre deveria haver um voo conectando os dois países.
No entanto, o tratado não recebeu apoio no mundo árabe, fazendo com que a principal companhia aérea egípcia, a EgyptAir, rejeitasse a realizar oficialmente voos a Israel. Sendo assim, foi criada a Air Sinai para cumprimento das disposições do acordo, segundo o portal Atlas Obscura.
A companhia voou entre Cairo e Tel Aviv, usando aviões e tripulantes da EgyptAir. Com o objetivo de evitar a propagação da conexão entre ambas as companhias aéreas, as aeronaves utilizadas pela Air Sinai não tinham logotipo da matriz.
Além disso, seus voos não eram mostrados nas tabelas dos aeroportos, o que fazia com que os passageiros fossem a sempre perguntar sobre o portão de embarque correto. Também não havia sistema de reserva de passagens, sendo possível adquiri-las apenas através das agências de viagens ou pelo e-mail da companhia aérea.
Estes obstáculos durante o processo de reserva duraram décadas, até que em fevereiro de 2020, surgiu o site da companhia aérea contendo as datas de voos da companhia aérea e permitindo reservar as passagens para qualquer dia.
Contudo, é possível observar que eles se passam por "agentes" e que a página foi desenvolvida no Reino Unido. A companhia aérea, por sua vez, nega o envolvimento com a página.