Ilhas Marshall temem 'segurança' de depósito com toneladas de resíduos nucleares dos EUA

© Foto / Domínio público / Agência de Armas Especiais de Defesa dos EUAFotografia aérea da cúpula nuclear do atol Enewetak na ilha de Runit, no oceano Pacífico
Fotografia aérea da cúpula nuclear do atol Enewetak na ilha de Runit, no oceano Pacífico - Sputnik Brasil
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Uma funcionária do território associado ao país norte-americano criticou o relatório que avaliou os riscos ambientais no arquipélago, dizendo que a contaminação nuclear no local foi desvalorizada.

Uma funcionária das Ilhas Marshall criticou um relatório do Congresso dos EUA que avaliou os riscos da cúpula Runit, um depósito de vestígios nucleares na ilha cognome, dizendo que o relatório desvaloriza os riscos do local, relata o jornal Los Angeles Times.

Entre 1946 e 1958, quando o arquipélago era administrado por Washington, os EUA detonaram 67 bombas nucleares nas Ilhas Marshall e arredores, incluindo 44 na ilha Runit, o que levou à poluição de ilhas e formação de crateras em suas lagoas rasas, forçando centenas de pessoas a abandonar suas casas.

A cratera foi mais tarde coberta com placas de concreto espessas para formar uma cúpula de 115 metros para proteger os arredores da contaminação nuclear.

Um estudo realizado em 2019 pelo Los Angeles Times determinou que a cúpula de concreto sobe e desce com a maré, e que contém um valor equivalente a 35 piscinas olímpicas de barro e resíduos radioativos, incluindo quantidades letais de plutônio produzidas pelos EUA.

As preocupações com mudança climática e elevação do nível do mar, que estariam ameaçando a integridade estrutural da cúpula, levaram nesse mesmo ano o órgão legislativo norte-americano a encomendar um estudo para examinar os efeitos na mesma.

O novo documento afirma que a cúpula, que cobre toneladas de detritos nucleares, é sólida, e que os vazamentos radioativos para a lagoa próxima não são significativos.

"Não esperamos que a comunidade de Enewetak [o atol onde se encontra a cúpula] se sinta mais segura depois deste relatório, porque não contém nenhuma informação nova sobre o que eles viram [...] e eles não confiam nele", disse a presidente da Comissão Nacional Nuclear das Ilhas Marshall, um estado associado aos EUA, Rhea Christian-Moss.

Apesar de o relatório descrever uma quantidade de radiação normal nas pessoas à volta, a funcionária considera que "a ausência de dados mostrando qualquer risco não significa que não haja risco. Portanto, minha principal conclusão do relatório é que muitos riscos ainda são 'desconhecidos'".

Em 1981, o então governo dos EUA afirmou em um relatório que a ilha devia ser posta em quarentena por um tempo indeterminado por "existir sempre a possibilidade de que altos níveis de solo subsuperficial contaminado com plutônio pudessem ser expostos pela ação de ondas ou tempestades".

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