Vice-chanceler russo: destruição da arquitetura de controle de armas vira objetivo principal dos EUA

© Sputnik / Maksim BlinovAvião de reconhecimento russo Tu-124ON criado para sobrevoar territórios dos países-membros do Tratado de Céus Abertos
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Rússia não permitirá que a conferência do Tratado de Céus Abertos em 6 de julho seja transformada em uma plataforma de acusações inventadas e tolas contra Moscou, garantiu vice-ministro.

Em declarações à Sputnik, Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, foi perentório:

"Eu gostaria de chamar a atenção para uma circunstância importante. O tema da conferência, tal como foi anunciado e aprovado, são as consequências da decisão dos EUA de se retirarem do tratado. Se alguém começar a acusar a Rússia de algo, isso será rigorosamente um desvio para outro tema."

A conferência dos 34 signatários do Tratado de Céus Abertos será realizada em 6 de julho no formato de videoconferência e foi convocada devido à decisão dos Estados Unidos de se retirarem do tratado.

© Sputnik / Valery Melnikov / Acessar o banco de imagensSergei Ryabkov
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Sergei Ryabkov

Ryabkov frisou igualmente que não espera "nenhuma mudança radical na posição das principais contrapartes neste processo. Seria no mínimo ingênuo esperar que os EUA anunciassem repentinamente na conferência que estão revendo sua decisão".

O vice-ministro das Relações Exteriores Sergei Ryabkov afirmou igualmente à Sputnik que ele próprio chefiará a delegação russa que participará da conferência em formato virtual.

Quanto ao que há a esperar da reunião, Ryabkov opina que dependerá de "como os outros países se comportem e até que ponto [...] demonstrarão responsabilidade por seu destino, e não apenas mostrem perceber isso em declarações, mas demonstrando na prática que estão preocupados com a situação no campo da segurança europeia, que não seguirão Washington, para quem a destruição da arquitetura de controle de armamentos se tornou o objetivo principal", acrescentou o vice-ministro à Sputnik.

O vice-ministro não escondeu que teme um efeito dominó e "que os países mais zelosos e apoiadores dos EUA em várias questões podem, sob pressão de Washington, considerar tal possibilidade [de abandono do tratado]. Não gostaríamos que isso acontecesse, porque então o acordo chegaria inevitavelmente ao fim", afirmou o diplomata.

Vale recordar que o Tratado de Céus Abertos foi assinado em 1992 na Finlândia, permitindo aos observadores militares dos países signatários realizar voos de vigilância aérea desarmados para a obtenção de imagens de movimentos de tropas e navios sobre um vasto território, que se estende desde a cidade canadense de Vancouver até ao porto de Vladivostok, no Extremo Oriente russo.

Em 21 de maio, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a retirada de seu país do tratado, alegando violações do acordo por parte da Rússia, veementemente negadas pelo Kremlin.

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