Especialistas do Museu Zoológico da Universidade Estatal de Moscou encontraram em um pedaço de âmbar uma nova espécie extinta de besouro que viveu há 39 milhões de anos, informa o museu em um comunicado de imprensa.
A espécie, perfeitamente conservada, foi descoberta em uma amostra de âmbar encontrada na Ucrânia. Os especialistas a denominaram Telmatophilus sidorchulae, sendo muito semelhante à espécie moderna Telmatophilus typhae.
Este besouro apresenta uma série de traços externos que o distinguem de seu parente moderno, em particular antenas relativamente longas e patas mais próximas. "Este é o primeiro representante encontrado da espécie, pois somente se conheciam os besouros modernos deste gênero", disse o principal pesquisador do Museu Zoológico, Georgy Lubarsky.
"Felizmente, a peça de âmbar com o besouro é muito transparente. O inseto é claramente visível, é até mesmo possível observar os detalhes de sua estrutura", comentou o especialista.
Os entomólogos relacionaram a aparição da espécie Telmatophilus com a ampla disseminação de plantas semissubmersas (Typha e Sparhanium), fonte de alimentação destes insetos.
Diferentemente de outros gêneros da família, os Telmatophilus passaram a se alimentar de plantas, enquanto o resto continuou comendo fungos e mofo.
Os dados obtidos pelos especialistas permitem reconstruir um período desconhecido da evolução dos organismos animais na segunda metade do Eoceno.
O âmbar é uma resina fossilizada proveniente de árvores que viveram há milhões de anos e que, posteriormente, ficaram debaixo do solo ou da água. Quando a resina ainda era flexível, no seu interior frequentemente ficavam "presos" pequenos insetos e plantas que, muito tempo depois, permanecem visíveis no âmbar petrificado translúcido, muito usado em joias.