O vice-presidente Antonio Hamilton Mourão revelou que convidou investidores na videoconferência para ajudar a financiar a conservação da floresta, mas ele disse que eles não comprometeram nenhum dinheiro e querem ver os resultados primeiro.
Investidores alertaram que suspenderão os investimentos no Brasil, ou até retirarão os existentes, se o governo do presidente Jair Bolsonaro não agir para proteger a maior floresta tropical do mundo, considerada vital para conter o aquecimento global.
Mourão declarou que o Brasil está sendo injustamente criticado pelo desmatamento da Amazônia, que aumentou desde que Bolsonaro assumiu o cargo em 2019. O vice-presidente afirmou que o governo herdou agências ambientais com falta de pessoal.
Mourão disse também que o governo não tem pessoal suficiente para impedir que invasores entrem em 1 milhão de quilômetros quadrados de terras indígenas protegidas, as quais estão sendo cada vez mais invadidas por madeireiros ilegais e garimpeiros.
Especialistas em saúde pública e antropólogos temem que os invasores estejam espalhando o novo coronavírus pelas aldeias, podendo assim dizimar as tribos da Amazônia.
Retomada do Fundo Amazônia
O governo Bolsonaro iniciou novas negociações com Noruega e Alemanha sobre o Fundo Amazônia e ele espera que os dois países doadores superem as diferenças em relação às políticas que no ano passado impediram o financiamento de projetos de sustentabilidade.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, argumentou que os investidores estrangeiros estavam preocupados com o fato de um projeto de lei que conceder título de terra na Amazônia, atualmente em estudo no Congresso, aumentar o desmatamento. Ela disse que isso era uma distorção – ambientalistas apelidaram a proposta de "PL da Grilagem".
Mourão garantiu que o decreto que proíbe incêndios por 120 dias será emitido na próxima semana.
O número de incêndios na Floresta Amazônica brasileira aumentou 30% no ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Em junho, dados do governo mostraram na semana passada, o número de incêndios aumentou 20%, atingindo uma alta de 13 anos no mês.