Soldados do futuro contarão com supermaterial resistente a balas e explosões

© AP Photo / Dario Lopez-MillsSoldados do Exército dos EUA pertencentes ao 1º Pelotão, Able Troop 3-71 Cavalry Squadron e membros da Guarda Nacional da Carolina do Sul. (Arquivo)
Soldados do Exército dos EUA pertencentes ao 1º Pelotão, Able Troop 3-71 Cavalry Squadron e membros da Guarda Nacional da Carolina do Sul. (Arquivo) - Sputnik Brasil
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Uma nova nanofibra desenvolvida pela Universidade de Harvard promete uma tecnologia que protegerá o corpo dos soldados de projéteis e explosões.

Apesar de a ciência ter desenvolvido diversas tecnologias para proteger os soldados, como os coletes balísticos, até agora era praticamente impossível criar dispositivos de proteção contra estilhaços ou bombas.

O design de equipamentos contra temperaturas extremas é para a indústria de armas tão necessário quanto difícil, já que não é frequente encontrar materiais de alta resistência.

Por isso, pesquisadores da Universidade de Harvard, junto com o Comando de Desenvolvimento de Capacidades de Combate do Exército dos Estados Unidos (CCDC, na sigla em inglês), desenvolveram um material que protege tanto de projéteis como de temperaturas mais extremas.

​Esta leve nanofibra multifuncional poderia proteger os soldados, astronautas e bombeiros de temperaturas extremas e ameaças balísticas.

Além disso, como é feito de nanofibras, é leve e não dificulta a mobilidade dos soldados em combate.

O autor principal do estudo, Kevin Kit Parker, é professor de Bioengenharia e Física Aplicada na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson de Harvard. Além disso, é tenente-coronel da reserva do Exército dos EUA e combateu no Afeganistão, onde pôde observar, em primeira mão, como a proteção corporal é capaz de salvar vidas, segundo afirmou ao jornal universitário Harvard Gazette.

"Também vi como a armadura pesada limitava a mobilidade. Como soldados no campo de batalha, [nossas] três principais atividades são se mover, disparar e se comunicar. Se uma delas for limitada, a capacidade de sobrevivência é reduzida e coloca em perigo o êxito da missão", ressaltou.

Sua experiência militar o levou a desenvolver a investigação, com o objetivo de encontrar um material multifuncional que pudesse proteger os soldados de qualquer ameaça externa.

Alguns dos materiais clássicos usados na tecnologia militar são o Kevlar e o Twaron, fibras sintéticas que fornecem proteção balística ou térmica.

​Pesquisadores de Harvard, CCDC e USMA desenvolveram um material leve e multifuncional de nanofibra que pode proteger os soldados de temperaturas extremas e ameaças balísticas.

A equipe de pesquisa usou uma técnica de eletrofiação, chamada de Rotary Jet-Spinning de Imersão (RJS) e desenvolvida por Parker, para fabricar as nanofibras.

A Rotary Jet-Spinning (RJS) funciona como uma máquina de algodão doce. Uma solução líquida de polímero é carregada em um reservatório e empurrada para fora através de uma pequena abertura por força centrífuga, à medida que o dispositivo gira. Conforme a solução vai saindo do reservatório, o solvente evapora e os polímeros solidificam e se alongam em fibras pequenas e finas.

Para testar o novo material, os pesquisadores simularam o impacto de estilhaços disparando grandes projéteis contra a amostra. Os resultados não mostraram grande diferença com testes feitos com Twaron.

No entanto, nos testes de proteção térmica, a nova nanofibra forneceu 20 vezes mais capacidade de isolamento térmico do que os Twaron e Kevlar comerciais.

"Demonstramos que é possível desenvolver têxteis altamente protetores. Nosso desafio agora é incrementar os avanços científicos a produtos inovadores para meus irmãos e irmãs do Exército", afirmou Parker.

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