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Destruição da Amazônia sobe por 14 meses seguidos e atinge pior marca em 1 década sob Bolsonaro

© AP Photo / Silvia IzquierdoManifestante fantasiado como Jair Bolsonaro participa de ato em defesa da Amazônia, no Rio de Janeiro
Manifestante fantasiado como Jair Bolsonaro participa de ato em defesa da Amazônia, no Rio de Janeiro - Sputnik Brasil
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O desmatamento na Amazônia brasileira aumentou pelo 14º mês consecutivo em junho, mostraram dados preliminares do governo nesta sexta-feira (10), pressionando ainda mais o presidente Jair Bolsonaro, que está sendo atacado por agravar a destruição da floresta tropical.

A destruição aumentou 10,7% no mês, em comparação com junho de 2019, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Nos primeiros seis meses do ano, o desmatamento aumentou 25%, para 3.066 quilômetros quadrados, mostraram dados da agência.

"A pressão está aumentando", declarou Mariana Napolitano, chefe de Ciências da organização não-governamental (ONG) WWF-Brasil, à Agência Reuters. "Os dados do desmatamento, por si só, mostram que agora temos uma situação muito complicada que está fora de controle na Amazônia".

Se houver outro aumento no desmatamento em julho, o Brasil está indo para o desmatamento anual de mais de 15.000 quilômetros quadrados, ou uma área maior que, por exemplo, o estado de Connecticut (EUA), disse Ane Alencar, diretora do Instituto Brasileiro de Pesquisa Ambiental (IPAM), à Agência Reuters.

Isso superaria os 10.129 quilômetros quadrados no ano passado e o nível mais alto de desmatamento desde 2005, segundo dados oficiais do governo. O INPE mede o desmatamento anual de agosto de 2019 a julho de 2020, com os números marcados para lançamento no final do ano.

Fator Bolsonaro

Pesquisadores e defensores do meio ambiente culpam Bolsonaro por encorajar madeireiros, fazendeiros e especuladores de terras ilegais, enfraquecendo a fiscalização ambiental e pedindo mais mineração e agricultura comercial na Amazônia para desenvolver a economia.

© AP Photo / Leo CorreaPedaços de troncos de árvores da Amazônia derrubadas ilegalmente na reserva Renascer, no Pará
Destruição da Amazônia sobe por 14 meses seguidos e atinge pior marca em 1 década sob Bolsonaro - Sputnik Brasil
Pedaços de troncos de árvores da Amazônia derrubadas ilegalmente na reserva Renascer, no Pará

Bolsonaro afirmou repetidas vezes que está sendo injustamente demonizado e que o Brasil tem um histórico ambiental exemplar, apontando para vastas faixas de floresta que permanecem em pé.

"Não é verdade que estamos destruindo a selva para produzir alimentos", ponderou ele em entrevista a jornalistas, negando também que o Brasil estava desmantelando a estrutura de proteção ambiental do Estado.

Após a pressão global, especialmente de empresas de investimento estrangeiras, Bolsonaro mobilizou as Forças Armadas para combater o desmatamento desde maio e a próxima semana está prevista para proibir incêndios na região amazônica por 120 dias.

Bolsonaro assinou um decreto que estendeu a autorização para o destacamento militar até 6 de novembro, de acordo com um aviso publicado no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira (10).

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta semana que os investidores internacionais querem que o Brasil mostre "resultados" no combate ao desmatamento da Amazônia antes de considerar a participação no financiamento de projetos de proteção ambiental no país.

Os cientistas dizem que a preservação da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, é vital para conter as mudanças climáticas, devido à grande quantidade de gases de efeito estufa que absorve e armazena.

De 1º de janeiro a 25 de junho, o IPAM e o Woods Hole Research Center dos EUA calcularam que o desmatamento e os incêndios na Amazônia brasileira liberaram 115 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono, um aumento de aproximadamente 20% em relação ao mesmo período do ano anterior. Isso é, segundo a análise deles, equivalente às emissões anuais de 25 milhões de carros.

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