Edmar Santos, ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro, foi preso na manhã desta sexta-feira (10) em sua residência no bairro de Botáfogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, por acusações de irregularidades nos contratos de Saúde do Rio de Janeiro (RJ) durante a pandemia da COVID-19.
A ação veio como resultado de operação do MP estadual. Santos é acusado de fraudes em alguns contratos firmados sem licitação, incluindo de compra de respiradores, oxímetros e medicamentos, e o de contratação de leitos privados.
Segundo o MP fluminense, foi o ex-secretário de Saúde quem definiu a quantidade de respiradores em montante de R$ 36 milhões que seriam comprados pelo governo. Nenhum dos respiradores chegou aos hospitais, apesar de serem comprados mil no fim de março e início de abril.
"O resultado encontrado pela apuração minuciosa feita pelo TCE-RJ foi de um superdimensionamento de 70%, equivalente à contratação de 411 equipamentos a mais do que seria necessário", comentam os investigadores.
Edmar Santos nega as acusações, afirmando que tudo fez para evitar irregularidades, e que elas teriam ocorrido por "erro administrativo".
Além do ex-secretário de Saúde, há sete pessoas sendo acusadas pelo Ministério Público de improbidade administrativa. O ex-subsecretário Gabriell Neves está preso desde 7 de maio e é acusado de desvio de dinheiro público, e organização criminosa. Os donos das empresas contratadas também foram presos durante a operação, e igualmente acusados de fraude.
Na segunda-feira (6), a Justiça quebrou o sigilo bancário e bloqueou os bens de Edmar Santos, que se recusou a responder às perguntas das Comissões de Fiscalização dos Gastos do Estado, Alerj, contra a COVID-19 e de Saúde durante uma sessão virtual.
O governo do RJ gastou R$ 1 bilhão para fechar contratos emergenciais.