EUA aproximam mundo de uma guerra nuclear por 'vitória' e desprezo a acordos, diz Lavrov

© REUTERS / Ministério das Relações Exteriores da RússiaChanceler russo Sergei Lavrov se faz presente em um encontro com diplomatas do Irã em Moscou
Chanceler russo Sergei Lavrov se faz presente em um encontro com diplomatas do Irã em Moscou - Sputnik Brasil
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Os EUA estão aumentando o risco de um impasse nuclear entre as principais potências do mundo, em um esforço para recuperar a dominação global, ao se afastarem dos últimos pactos de controle de armas ainda existentes, alertou o diplomata-chefe da Rússia.
"Eu concordo que os riscos nucleares aumentaram substancialmente no passado recente", declarou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em uma audiência no fórum de destaque de Primakov Readings nesta sexta-feira (10).

As razões para isso são "óbvias", esclareceu o ministro. "Os EUA querem recuperar o domínio global e alcançar a vitória no que eles chamam de uma grande competição de energia", acrescentou.

Lavrov afirmou que Washington recusa a noção de "estabilidade estratégica" e chama de "rivalidade estratégica". "Eles querem ganhar", completou.

"Estamos particularmente preocupados com a recusa bienal dos EUA em reafirmar um princípio fundamental: a premissa de que não pode haver vencedores em uma guerra nuclear e, portanto, nunca deve ser desencadeada", sentenciou Lavrov.

O ministro russo sugeriu que Washington quer desmontar todo o mecanismo de controle de armas. O governo do presidente estadunidense Donald Trump retirou-se no ano passado do Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário de 1987, que proíbe ambos os lados de estacionar mísseis terrestres de curto e médio alcance na Europa.

© Foto / Serviço de imprensa do Ministério da Defesa da RússiaLançamento do míssil balístico intercontinental Sineva a partir do submarino nuclear russo Verkhoturye (imagem referencial)
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Lançamento do míssil balístico intercontinental Sineva a partir do submarino nuclear russo Verkhoturye (imagem referencial)

Essa retirada também colocou em risco o novo tratado START, assinado com a Rússia em 2010. O acordo definiu que tanto os EUA e quanto a Rússia reduziriam suas ogivas para 1.550 cada um e seus lançadores para 800. Ele vai expirar em 2021, mas Lavrov avaliou nesta sexta-feira (10) que não estava otimista quanto a uma extensão.

Segundo o ministro das Relações Exteriores russo, a decisão dos EUA de não renovar o Novo START já é uma realidade e o destino do pacto "está selado".

Washington insiste em que a renovação das negociações seja trilateral, com a China participando das discussões. Pequim informou que "ficaria feliz" em participar das negociações - mas apenas se os EUA estivessem dispostos a reduzir seu arsenal nuclear ao nível da China, que é cerca de 20 vezes menor.

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