A ministra afirmou nesta terça-feira (14) no Parlamento Europeu que a Alemanha planeja usar sua presidência da UE para que os 27 países analisem a ameaça comum que a Rússia pode estar representando ao bloco.
Espera-se que o documento esteja pronto até o final do ano, e assim ele servirá de estrutura para a "bússola" que moldará a política de toda a UE em relação à Rússia a partir de 2022.
Até agora, os Estados membros da UE estavam livres para determinar a segurança nacional e as políticas externas, mas a ministra se queixou dessa abordagem fragmentada da Rússia, que vem criando divisões dentro da UE, inclusive na extensão de sanções.
A fala de Annegret Kramp-Karrenbauer vem no mesmo dia em que a chanceler alemã Angela Merkel declarou que a defesa da Europa pelos EUA, que vigora desde o fim da Segunda Guerra Mundial, não é mais algo que pode ser dado como certo.
"É preciso dizer que 30 anos após a reunificação da Alemanha, 30 anos após o fim da Guerra Fria, o mundo está se posicionando de uma nova maneira. O que tínhamos como certo, por exemplo, que os EUA defenderiam a União Europeia, não é mais evidente, está mudando", disse ela.
As divisões entre europeus e os EUA já chegaram à OTAN, organização na qual o presidente estadunidense Donald Trump não poupou críticas ao dizer que os países-membros não estariam investindo os 2% do seus PIBs, devendo assim bilhões em pagamentos.