Nesta sexta-feira (17), a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o surto do novo coronavírus teria atingido o "platô" no Brasil, uma estabilidade nos novos casos de pessoas infectadas pela COVID-19, mesmo isso não indicando uma tendência de diminuição no número de novas contaminações.
Vacina contra COVID-19 testada no Brasil pode ser liberada em junho de 2021 https://t.co/vpwlHN8u5f pic.twitter.com/4pVZ2rhEkD
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No final do mês passado, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) previu que se as medidas de contenção do vírus recomendadas pela OMS não fossem obedecidas, a América Latina poderia chegar a 438 mil mortes causadas pela COVID-19 até outubro, com o Brasil atingindo o pico da pandemia no mês de agosto.
Dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) indicam que o país chegou hoje (17) a 2.046.328 casos confirmados do novo coronavírus, com pelo menos 77.851 óbitos provocados pela COVID-19. Segundo um levantamento feito por um consórcio de veículos de imprensa criado para apurar a evolução do surto no país, a média de mortes vem no Distrito Federal e em nove estados, principalmente no Sul e no Centro-Oeste.
Brasil registra mais 1.163 mortes pelo coronavírus e total de óbitos chega a 77.851 https://t.co/VOdwTT9s3c pic.twitter.com/uiggMPCHIu
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Para o médico Walter Palis Ventura, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), é muito complicado se falar em um pico nacional no caso do Brasil, dada a extensão de seu território e as peculiaridades do avanço do coronavírus nos diferentes estados. Em entrevista à Sputnik Brasil, ele afirma que o melhor seria tratar dessa questão em termos regionais, e não nacional.
"Esse pico já foi anunciado para abril, para maio, o que varia dependendo do estado. Um estado mais populoso fazendo um pico, é evidente que ele impacta nessa curva pior do que um estado menos populoso. Então, a análise, infelizmente, tem que ser uma coisa regional, e, muitas vezes, até local", explica.
Ao contrário de muitos dos seus colegas, Ventura acredita que as estratégias de reabertura da economia adotadas no Rio e em outras partes do Brasil estão de acordo com as preocupações sanitárias, levando em consideração o estágio atual de contaminações e de leitos ocupados nos hospitais, com programas de liberação periódica.
"Então, não é uma liberação desenfreada e precipitada a meu ver. Ela tem uma lógica, e uma lógica baseada em critérios de saúde, critérios epidemiológicos, que, uma vez cumpridos esses critérios, permitem determinadas atividades à volta."
O presidente do CREMERJ destaca a importância da realização do maior número de testes possíveis e da atenção básica nos esforços de combate à pandemia da COVID-19, principalmente quando consideramos que muitos casos da doença não apresentam ou apresentam poucos sintomas.
"Saúde básica, a gente tem que ser um otimista e a gente tem que estimular porque ela é a porta de entrada do cidadão no sistema de saúde público."