Primeiro-ministro da Guiana acusa EUA de terror 'diplomático' contra o país

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Moses Nagamootoo, premiê do país sul-americano, se insurgiu contra as sanções norte-americanas anunciadas por Mike Pompeo, que afirma que o resultado das eleições recentes continua em questão.

O primeiro-ministro da Guiana, Moses Nagamootoo, chamou a ameaça dos EUA de suspender o visto dos funcionários da nação caribenha por causa do atraso nos resultados de suas eleições de "terrorismo diplomático".

"Identifico-me facilmente com a maneira como os guianeses se sentem sobre o uso de um visto como arma de intimidação, como uma forma de diplomacia de terror. Como eles, eu não hesitei no passado e não estou disposto a fazê-lo agora", escreveu no domingo (19) Nagamootoo em sua coluna semanal no jornal Guyana Chronicle, referindo-se à anterior dominação do território pelos britânicos.

O chefe de governo reagiu ao anúncio de Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, na quarta-feira (15), que assegurou a restrição de vistos de funcionários da Guiana por causa da demora na declaração dos resultados das eleições de março, que foram objeto de uma série de recursos até mesmo perante tribunais.

"A aparente violação da soberania da Guiana e a ameaça direta de sanções causaram uma onda emocional de sentimentos patrióticos", afirmou Nagamootoo, criticando a velha política de "grande porrete" implementada por Washington contra a região.

O premiê disse que, diante dos desafios iminentes, a Guiana precisa de compromisso, não de isolamento ou sanções, em linha com uma moção constitucional para aguardar o veredito da Alta Corte sobre as eleições de 2 de março.

Um quarto processo judicial contra a Comissão Eleitoral da Guiana (GECOM, na sigla em inglês), defendido pelo Partido Popular Progressivo (PPP), da oposição, e outras seis pequenas forças políticas, está atrasando a divulgação oficial dos resultados.

O presidente David Granger, candidato à reeleição pela Unidade Nacional e Aliança pela Mudança, insiste que o Estado de Direito prevalecerá na Guiana e exortou o povo a ser paciente, quase 20 semanas após as eleições gerais.

Em um relatório de Keith Lowenfield, diretor nacional de eleições, a coalizão governista derrotou o PPP por cerca de 7.400 votos, mas esse número foi contestado pela oposição.

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