O canal Cañada del Oro no estado do Arizona, EUA, que foi engolido por uma poeira lamacenta preta, é um perigo para o ambiente e a biodiversidade local, podendo inclusive alimentar o fogo dos incêndios de Bighorn nesse estado, escreve o portal Science Alert.
"É preciso muito menos chuva para desencadear fluxos de detritos em bacias queimadas do que em áreas não queimadas", explica o Centro de Ciências da Água da Califórnia do Serviço Geológico dos Estados Unidos. "No sul da Califórnia, só sete milímetros [...] de precipitação em 30 minutos desencadearam fluxos de detritos."
Além disso, alerta o portal citando funcionários estaduais, os próprios incêndios deixam o solo "queimado, estéril e incapaz de absorver água", aumentando a possibilidade dos fluxos de lama, "muitas vezes com poucos avisos".
Who had this on their 2020 hellscape bingo card? pic.twitter.com/fUNvIVS7aw
— Official Pima County (@pimaarizona) July 16, 2020
Quem tinha isso em sua cartela [de jogo] de bingo infernal de 2020?
Devido à falta de vegetação, a cinza e a terra acabam asfixiando hidrovias. A redução dos níveis de oxigênio ocorre através do aumento de nutrientes, que permitem o crescimento de cianobactérias e a proliferação de algas, que, por sua vez, absorvem ainda mais oxigênio, e acabam matando os seres vivos dentro d'água.
O ecologista Paul McInerney e seus colegas da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Comunidade das Nações (CSIRO, na sigla em inglês) da Austrália explicaram em um artigo publicado no portal The Conversation o uso de barreiras sedimentares, medidas de controle de erosão e a revegetação das hidrovias também podem ajudar a limitar o tamanho das lesmas sedimentares a longo prazo.
O fogo dos incêndios de Bighorn está neste momento sob controle, mas continua queimando nos sopés das montanhas de Catalina do Arizona.
Anteriormente, pensava-se que os detritos tinham sido provocados por raios.