'Não há carvão limpo': secretário da ONU quer energia renovável e economia verde no mundo pós-COVID

© REUTERS / Michaela RehleO secretário-geral da ONU, António Guterres (foto de arquivo)
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu nesta quinta-feira (23) aos países que reforcem o compromisso com a economia verde e priorizem o gasto de energia renovável em vez de combustíveis fósseis, à medida que recuperam as economias dos choques relacionados ao novo coronavírus.

Guterres falou em um discurso em vídeo para estudantes da Universidade Tsinghua da China como parte de uma série de palestras sobre governança climática no mundo pós-pandemia.

O chefe da ONU disse que conversou com os governos, e especificamente os do grupo G20, para pedir que eles realizem recuperação econômica, considerando seis "ações climáticas positivas", uma das quais é "parar de desperdiçar dinheiro com subsídios aos combustíveis fósseis e o financiamento do carvão".

"Não existe carvão limpo, e o carvão não deve ter lugar em nenhum plano racional de recuperação. É profundamente preocupante o fato de novas usinas a carvão ainda estarem sendo planejadas e financiadas, embora as energias renováveis ​​ofereçam três vezes mais empregos e agora sejam mais baratas do que o carvão na maioria dos países", afirmou Guterres.

O secretário-geral da ONU descreveu o processo de recuperação pós-COVID como um "momento decisivo" para atingir as metas ambientais globais acordadas na Agenda 2030 e no Acordo de Paris, a fim de diminuir a quantidade de emissões de gases de efeito estufa em 45% até 2030 e até zero líquido até 2050, além de elevar o aumento anual da temperatura a menos de 1,5ºC.

© AP Photo / Andy WongIndústria de carvão.
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Indústria de carvão.

Guterres apontou para a China, dizendo que, embora as emissões continuem altas, Pequim mostrou "uma clara capacidade de liderança climática" e a maneira como escolhe recuperar sua economia após a COVID-19 terá "um grande impacto" sobre se o clima global os objetivos são alcançados conforme programado.

Segundo o secretário-geral da ONU, nos últimos cinco anos, a China empregou mais capacidade solar e eólica do que qualquer outro país, produziu 99% dos ônibus elétricos do mundo e consumiu 50% de todos os veículos elétricos.

Ao mesmo tempo, especialistas apontam que o consumo de carvão da China tem crescido consistentemente desde a década de 1990 e até acelerado após a pandemia, já que muitas províncias chinesas apresentaram planos para construir mais planos de energia baseados em carvão.

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