O porta-voz do Conselho de Guardiões da Constituição do Irã, Abbas Ali Kadkhodaei, qualificou de "ato terrorista do regime dos EUA" a aproximação de dois caças norte-americanos a uma aeronave de passageiros iraniana que voava sobre a Síria nesta quinta-feira (23). O incidente deixou vários feridos entre os presentes.
As ações dos EUA, "além da acusação legal", requerem "uma ação recíproca", defende o representante do conselho através de sua conta no Twitter.
A aproximação
Após a aproximação de dois "caças hostis", o piloto do voo 1152 da Mahan Air, que cobria a rota entre Teerã e Beirute, teve que mudar rapidamente a altitude para evitar a colisão, provocando lesões em alguns ocupantes da aeronave.
O piloto assegurou que se comunicou com os caças para advertir que deveriam manter uma distância segura, os quais, por sua parte, se identificaram como pilotos militares dos EUA.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Mousavi, salientou que, "em caso de qualquer incidente com este avião no retorno a casa, a República Islâmica do Irã tornará os EUA responsáveis".
Além disso, o funcionário afirmou que o embaixador do Irã na Organização das Nações Unidas, Majid Takht-Ravanchi, informou o secretário-geral do organismo, António Guterres, sobre o ocorrido.
"Foi enviada uma mensagem semelhante ao embaixador suíço em Teerã", agregou o porta-voz, considerando que a sede diplomática acolhe a seção de interesses de Washington no Irã devido à ausência de relações formais entre os dois países.
Finalmente, o governo persa declarou que vai tomar as medidas políticas e legais necessárias depois de obter mais informações sobre o incidente aéreo.
Horas mais tarde, a agência de notícias iraniana Fars confirmou que o avião da Mahan Air, abordado pelos caças dos EUA, retornou ao seu país de origem e aterrissou em Teerã.
Declarações dos EUA
Por sua parte, o capitão Bill Urban, um porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos, confirmou à AP que um de seus caças F-15 "realizou uma inspeção visual padrão de um avião de passageiros da Mahan Air a uma distância segura de aproximadamente mil metros".
O funcionário norte-americano agregou que a inspeção foi realizada para "garantir a segurança da equipe da coalizão na guarnição de Al-Tanf". Ainda assim, explicou que, quando o piloto do caça determinou que se travava de um avião de passageiros, ele tomou uma distância segura.