Nesta quinta-feira (23), o preço spot do ouro subiu 0,4%, até se situar em US$ 1.894,82 (R$ 9.843) por onça em Londres. Posteriormente, continuou crescente até os US$ 1.898,34 (R$ 9.861), se aproximando desta forma do recorde de US$ 1.921,17 (R$ 9.985) alcançado em setembro de 2011.
Faltando pouco mais de US$ 2 mil (R$ 10,4 mil) para alcançar um novo máximo, alguns contratos futuros de ouro passaram a serem comercializados na bolsa com valores ainda mais altos.
Por exemplo, aqueles que preveem o fornecimento em dezembro de 2020 foram contabilizados ao nível de US$ 1.927,10 (R$ 9.985) por onça, ultrapassando o recorde de há nove anos.
Contudo, este não é o limite para o metal precioso. A suíça UBS elevou seu prognóstico a curto prazo, salientando que seu preço pode atingir US$ 2 mil (R$ 10,4 mil) no final de setembro deste ano.
"Quando as taxas de juros são zero ou quase zero, o ouro passa a ser um meio atrativo porque não é necessário se preocupar por não obter lucro, e considero que seu preço aumentará à medida que cresça a incerteza nos mercados", enfatizou à Bloomberg Mark Mobius, cofundador da Mobius Capital Partners.
Os crescentes sinais de que a pandemia continua impedindo a recuperação econômica e a recente escalada de tensões entre EUA e China tornam o ouro mais atrativo.
Além do mais, os investidores esperam que os reguladores fiscais de muitos países adotem mais medidas monetárias, enquanto o destino da recuperação econômica continua incerto.
Jake Klein, presidente executivo da Evolution Mining, afirmou em entrevista ao canal da Bloomberg que agora, principalmente, é mais necessário do que nunca que os governos sigam destinando recursos para combater a crise.
O dinheiro extra que muitos países estão imprimindo provavelmente fará com que os investidores aumentem seu interesse pelo ouro. "Há boas razões para acreditar que vamos ultrapassar aquele recorde. O ouro tem um longo caminho para percorrer e os preços serão mais altos", concluiu.