"O que mudou nos últimos dias é que não somente o ouro se valorizou em relação ao dólar, mas praticamente tudo. Isso se deve parcialmente à percepção de que os EUA estão tendo mais dificuldade de controlar o vírus do que outros países, o que fará com que a economia americana tenha um fraco desempenho", afirmou Kit Juckes, estrategista da Société Général.
Contudo, acrescentou, "o pessimismo sobre a economia dos EUA é uma fonte menos confiável de força para outras moedas do que o otimismo quanto ao panorama global".
A forte valorização da moeda norte-americana em março, quando a economia mundial se encontrava praticamente paralisada, desencadeou turbulência nos mercados financeiros e uma corrida ao dólar, escreve William Watts em um artigo para o portal Market Watch.
Posteriormente, a moeda recuou, enquanto os mercados de ações se recuperavam e os bancos centrais respondiam com estímulos.
A desvalorização do dólar se acelerou nas últimas semanas, acompanhada pelo aumento dos casos de coronavírus nos Estados Unidos, assim como por sinais da lenta retomada da economia mundial.
Contudo, de acordo com a estrategista do Rabobank, Jane Foley, a moeda dos EUA continua, na prática, sendo "um porto seguro" para muitos investidores.
"Considerando as preocupações atuais sobre as ameaças à economia mundial, observarmos o risco de que as recentes pressões de venda possam ser exageradas", afirmou.