Ao participar de debate virtual promovido por grupo de advogados, Aras disse na terça-feira (28) que era preciso "corrigir rumos" para que o "lavajatismo" não perdurasse, sendo substituído por outro modelo de combate à criminalidade. O procurador afirmou ainda, segundo o portal G1, que a "correção de rumos não significa redução do empenho no combate à corrupção".
Nesta quarta-feira (29), por meio do Twitter, Moro disse que a operação Lava Jato "sempre foi transparente" e desconhecia "segredos ilícitos" cometidos durante sua atuação. O ex-ministro foi juiz da operação em Curitiba.
Desconheço segredos ilícitos no âmbito da Lava Jato. Ao contrário, a Operação sempre foi transparente e teve suas decisões confirmadas pelos tribunais de segunda instância e também pelas Cortes superiores, como STJ e STF. https://t.co/HwSgRpxU4J
— Sergio Moro (@SF_Moro) July 29, 2020
No evento com o grupo de advogados, Aras afirmou ainda que os procuradores de Curitiba possuem em seus arquivos uma grande quantidade de dados armazenados em segredo, maior do que de todo o Ministério Público Federal e com informações sobre 38 mil pessoas, sem ninguém saber os "critérios".
'MPF do B'
O procurador disse que existia um "MPF do B", com 50 mil documentos guardados "invisíveis à corregedoria-geral" do Ministério Público Federal.
A Procuradoria-Geral da República e os procuradores da força-tarefa vivem uma crise, deflagrada por visita da subprocuradora Lindôra Araújo, da PGR, à Lava Jato do Paraná, em junho. A Lava Jato acusa a Procuradoria de interferência no trabalho da operação, enquanto a PGR afirma que a Lava Jato não é um órgão autônomo e deve prestar contas de sua atuação.
No ano passado, diálogos entre Moro e procuradores da Lava Jato, publicados pelo site The Intercept e outros veículos, sugerem condutas impróprias por parte do ex-juiz e de membros da força-tarefa.