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Brasil deveria priorizar vacinação da população de baixa renda contra COVID-19, diz especialista

© Folhapress / Adailton Damasceno/Futura PressVacina contra a COVID-19 que será testada no Brasil
Vacina contra a COVID-19 que será testada no Brasil - Sputnik Brasil
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Um estudo divulgado nesta quinta-feira (30) mostrou que o Brasil é um dos países com o maior número de doses da vacina contra COVID-19 reservadas.

Embora nenhuma ainda tenha sido aprovada, o levantamento publicado pelo site Quartz mostrou que o Brasil já possui 220 milhões de doses ao todo, sendo 120 milhões da empresa chinesa Sinovac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, e 100 milhões de doses da possível vacina que está sendo testada pela Universidade de Oxford em parceria com a empresa AstraZeneca.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Gonzalo Vecina Neto, médico sanitarista, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), explicou, no entanto, que as vacinas que estão sendo testadas preveem que, para ficar imunizado, o indivíduo deverá receber duas doses.

"Temos que lembrar é que para esse caso, até o momento, as duas vacinas precisam de duas doses para permitir a imunização. Então 220 milhões de unidades serão 110 milhões de pessoas vacinadas, mas a perspectiva é, além dessa compra, de logo em seguida iniciar a produção interna no Brasil", disse.

O médico sanitarista defende que, assim que as vacinas estiverem devidamente autorizadas, o Brasil deveria iniciar a sua cobertura de modo "estratificado".

"O governo precisará fazer uma estratificação, o primeiro estrato a ser atendido deverá ser o dos trabalhadores de saúde para evitar que eles se infectem e venham a ter a doença. Após os trabalhadores de saúde, tem que vir os grupos de risco, portadores de comorbidades, os idosos", disse.

Após os grupos prioritários, Vecina Neto defende que o Brasil priorize a população de baixa renda.

"Eventualmente se pode pensar também nos estratos sociais menos favorecidos, que são aqueles que estão sendo mais atingidos pela pandemia pela sua necessidade de contínua movimentação para obter alimentos. Poderia também se pensar em vacinar previamente os mais pobres e não os mais ricos", defendeu.

Vecina Neto diz que as projeções mais otimistas apontam que a vacina contra o novo coronavírus pode sair já em janeiro.

"A previsão de início é otimisticamente em janeiro. Pode acontecer de ser antes de janeiro? Acho muito difícil, embora essas vacinas já estejam em produção. Tanto a chinesa quanto a britânica já têm plantas prontas para produção e já devem iniciar a produção. A produção de um lote de vacina demora de três a quatro meses. Então é importante que você queime etapas para diminuir o número de mortes", explicou.

A contabilização do Quartz leva em consideração tanto as candidatas à vacina licenciadas para produção local quanto as fechadas em acordo para compra direta.

Segundo o balanço divulgado nesta sexta-feira (31) pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou 92.475 mortes causadas pela COVID-19 e 2.662.485 casos confirmados da doença.

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