Símbolos cristãos e muçulmanos encontrados em navio naufragado há 1.300 anos em Israel (VÍDEO)

© flickr.com / Paul TichonczukEscuna Sweepstakes, uma das embarcações naufragadas mais visitadas do mundo, em Tobermory, Ontário, Canadá (imagem referencial)
Escuna Sweepstakes, uma das embarcações naufragadas mais visitadas do mundo, em Tobermory, Ontário, Canadá (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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Há aproximadamente 1.300 anos, um navio de 25 metros de comprimento afundou a poucas dezenas de metros da costa de Israel, provavelmente ninguém teria morrido durante o naufrágio.

O que torna este incidente curioso é que o navio estava repleto de mercadoria, incluindo 103 ânforas repletas de produtos agrícolas, inúmeros utensílios usados no dia a dia pela tripulação e muitas características únicas, como inscrições em grego e árabe.

Os destroços do navio foram engolidos pelo mar e pela areia, que preservaram seus segredos durante séculos.

Pela primeira vez os restos do antigo naufrágio foram descobertos a cerca de 35 km ao sul da cidade de Haifa, posteriormente o local foi coberto pela areia e redescoberto em 2015.

Desde 2016 a embarcação tem sido analisada pelo Instituto Leon Recanati da Universidade de Haifa, tendo permitido aos arqueólogos coletar conhecimentos únicos sobre a vida da região na etapa de transição entre o domínio bizantino e islâmico.

Além disso, o local apresenta o maior acúmulo de carga marítima de cerâmica bizantina e islâmica antiga descoberta em Israel.

Os primeiros resultados das escavações foram analisados em dois trabalhos acadêmicos recentemente publicados.

"Não conseguimos determinar com exatidão o que causara o naufrágio, mas pensamos que provavelmente foi um erro de navegação", comentou Deborah Cvikel da Universidade de Haifa, autora de ambos os trabalhos, escreve The Jerusalem Post.

O tamanho e a riqueza da carga parecem estar em contradição com a noção, atualmente popular entre os pesquisadores, que durante a transição entre o domínio bizantino e o islâmico, entre os séculos VII e VIII d.C., o comércio no Mediterrâneo oriental era limitado.

Inscrições encontradas pelos arqueólogos fornecem um vislumbre da complexidade fascinante do período, com letras gregas e árabes, bem como símbolos religiosos cristãos e muçulmanos.

"Não sabemos se a tripulação era cristã ou muçulmana, mas encontramos vestígios de ambas as religiões", ressaltou Cvikel.

Os símbolos incluem o nome de Alá escrito em árabe, bem como várias cruzes.

Entre os produtos, nos vasos de cerâmica foram descobertos azeitonas, tâmaras, figos, espinhas de peixe, pinhões, uvas e passas, além de ossos de animais.

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