As plataformas contam com diferentes tecnologias que oficialmente são instaladas para o uso civil.
Contudo, em sua publicação na revista Forbes, o especialista em defesa H. I. Sutton acredita que tais plataformas poderiam ser usadas facilmente para objetivos militares.
"Sendo ostensivamente civis, estas [plataformas] podem ser vistas como parte dos esforços da Marinha chinesa para controlar o mar do Sul da China. É irrealista assumir que os dados de seus sensores não podem ser acessados pela Marinha chinesa para propósitos militares", escreveu o especialista.
Contudo, Sutton também afirma que as plataformas poderiam ser somente a parte visível de uma rede de sensores submarinos, invisíveis às embarcações de superfície.
Plataformas com sensores
Entre as tecnologias presentes nas plataformas foram citados sensores eletro-ópticos e de infravermelho, mastros de redes celulares e de rádio de alta frequência, enquanto os radares aparentam ser os sensores primários, ocupando posição de destaque nas estruturas flutuantes.
Desta forma, a China pode ter ampliado consideravelmente seu campo de vigilância por radar, tendo uma rede de sensores que vão desde Hainan até suas bases nas ilhas Paracel e Spratly.
Além de não necessitarem da presença humana, as plataformas também requerem pouca manutenção, segundo Sutton.
Ainda se referindo à dita rede de sensores submarinos, o especialista afirma que esta é chamada de Grande Muralha Submarina, tendo sonares no leito marinho se assemelhando ao sistema norte-americano SOSUS, implantado pela Marinha americana durante a Guerra Fria.
Embora seja reportada a existência de tal rede de sensores submarinos, suas localizações seriam de cunho militar, não podendo ser reveladas ao público.
Território disputado
A rede de sensores é instalada em uma região fortemente disputada também por Filipinas, Vietnã, Malásia, Brunei e Taiwan.
Por sua vez, a China reclama como parte de seu território marítimo toda a área, incluindo ilhas e recifes que de fato pertenceriam a outros países, acrescentou Sutton.
In this post we use #OSINT data to take a look at #China’s base on the #HughesReef, located in the disputed #Spratly islands in the #SouthChinaSea . The base, a small outpost prior to 2015, has been transformed into a full fledged military base. pic.twitter.com/1lkKdfIVuc
— Orion_int (@Orion__int) August 1, 2020
Nesta postagem nós usamos dados de OSINT para olhar para a base da China no recife de Hughes, localizado nas disputadas ilhas Spratly no mar do Sul da China. A base, um pequeno posto avançado antes de 2015, foi transformada em uma base militar totalmente completa.
Apesar de instalar tais tecnologias em suas águas litorâneas, a China estaria também ampliando tal rede em águas internacionais, mas ela afirma se tratar de território seu.
Comentando o assunto, Collin Koh, especialista da Escola de Estudos Internacionais S. Rajaratnam, Singapura, ressaltou a sensibilidade da questão.
"Esta zona engloba na totalidade áreas sensíveis [...] Hainan é uma base crucial para a Marinha chinesa, não só por ser um centro naval, mas também por ser a dissuasão marítima nuclear do país", disse Sutton citando Koh.