Conforme a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, o valor das exportações regionais deve sofrer uma queda de 23% este ano. Nas importações, a queda será de 25%. Em um contexto global, o comércio mundial acumula uma queda de 17% entre janeiro e maio de 2020.
"A América Latina e o Caribe é a região em desenvolvimento mais afetada por essa conjuntura e será marcada principalmente pelos retrocessos nas vendas de manufaturas, mineração e combustíveis", informou a nota da Cepal, citada pela Agência Brasil.
A entidade destacou que a queda é maior do que a registrada na crise financeira de 2009, quando a economia da região diminuiu 21%.
"Aprofundar a integração regional é crucial para sair da crise. Com pragmatismo, devemos resgatar a visão de um mercado latino-americano integrado. Além disso, a região deve reduzir custos por meio de uma logística eficiente, fluída e segura", afirmou Alicia Bárcena.
Segundo a Cepal, nos primeiros cinco meses deste ano houve quedas nas exportações da América Latina e do Caribe para os Estados Unidos (-22,2%), para a União Europeia (-14,3%) e para a própria região (-23,9%).
As vendas para a Ásia tiveram recuo menos representativo. As exportações para a China caíram 2% entre janeiro e maio, e se recuperaram em abril e maio, conforme o relatório.
Segundo a Cepal, a América Latina e o Caribe devem reduzir seus custos internos e promover uma logística eficiente, com integração regional e a promoção da inteligência logística para superar a crise.
"No atual contexto de elevada incerteza, os países da região devem empreender ações que lhes permitam reduzir seus custos logísticos internos e gerar serviços de valor agregado para aumentar a sua competitividade. Essas medidas devem ser implementadas de forma coordenada com outras medidas econômicas e sociais, para promover uma recuperação econômica com benefícios sociais e ambientais", completa Alicia.