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Queda nos números de casos de COVID-19 no Brasil pode estar próxima, diz médico

© REUTERS / Amanda PerobelliMulher sendo testada para COVID-19 pelo Instituto Butantan em Quilombo Peropava, em Registro, São Paulo, Brasil, 29 de julho de 2020
Mulher sendo testada para COVID-19 pelo Instituto Butantan em Quilombo Peropava, em Registro, São Paulo, Brasil, 29 de julho de 2020 - Sputnik Brasil
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Brasil se aproxima perigosamente da marca de 100 mil pessoas mortas por coronavírus. O país tem registrado média diária acima de mil mortes. Segundo sanitarista da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, no entanto, existe uma tendência de redução.

As medidas de flexibilização da economia e volta às aulas, que vêm sendo adotadas em diversos estados e municípios, já começaram a impactar a média do número de mortes? Quais são as perspectivas para a propagação da doença no país?

Sputnik Brasil conversou sobre o tema com o médico Alexandre Chieppe, sanitarista da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Para ele é notável o processo de interiorização da transmissão da doença.

"Uma epidemia que começou principalmente no eixo Rio-São Paulo, e a agora a gente vê esse processo de interiorização, com alguns estados como Minas Gerais, estados da região Centro-Oeste e da região Nordeste sendo mais afetados", disse Alexandre Chieppe.

Para ele ainda não seria possível dizer com certeza se o país já atingiu o pico da doença, enquanto não ocorre uma "queda sustentada da transmissão". A doença avança no país, assim como avançou em outros países. No entanto, o tamanho do Brasil torna o processo muito mais complexo, explicou o médico.

"É muito difícil conter a transmissão [do vírus]. A gente consegue frear um pouco, através das medidas de distanciamento social, que também não são fáceis de serem sustentadas por muito tempo. A gente junta um vírus com risco de letalidade, com risco de agravamento significativo e com capacidade de transmissão muito elevada, o que vem a explicar a situação que a gente está vivendo", disse Chieppe.

O especialista destacou que os dados não apontam para o aumento de casos de infecção após o relaxamento do distanciamento social. A manutenção dos números de contágio se daria através do avanço da epidemia para o interior do país.

"Em alguns estados, como Rio de Janeiro, o pico da transmissão foi na primeira quinzena de maio, com redução de casos graves e óbitos", explicou o médico.

Nas próximas semanas, destacou o médico, os estados que ainda não foram afetados pela epidemia devem apresentar um aumento de números de infecção. No entanto, uma queda de números de casos é aguardado em todo o Brasil.

"Considerando que esse vírus se propaga muito rapidamente, a perspectiva é de que, também nas próximas semanas, a gente já comece a visualizar uma queda de novos casos no Brasil de uma forma geral, acompanhando a tendência do que a gente observou no eixo Rio-São Paulo", concluiu.
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