Encontrado DNA de ancestral desconhecido no genoma de humanos modernos

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Novo estudo analisa genomas de milhares de anos e encontra DNA de um antigo ancestral desconhecido pelos cientistas, o que indica que podem surgir novos ramos na nossa árvore genealógica.

O sequenciamento de DNA de hominídeos neandertais e denisovanos forneceu novos dados sobre os cruzamentos de genes que ocorreram entre nossos ancestrais. O estudo foi publicado nesta quinta-feira (6) na revista científica PLOS Genetics e foi conduzido pelos pesquisadores Melissa Hubisz e Amy Williams, da Universidade de Cornell, e Adam Siepel, do laboratório Cold Spring Harbor, todos nos EUA.

Os cientistas desenvolveram um algoritmo que consegue identificar segmentos de DNA provenientes de diferentes espécies. Foram analisados genomas de dois neandertais, um denisovano e dois humanos modernos do continente africano.

Sabia-se que nossos ancestrais e os neandertais cruzaram há cerca de 50 mil anos, quando os humanos saíram do continente africano e migraram para a Eurásia. Agora, neste novo estudo foram encontradas evidências de que ocorreram cruzamentos entre neandertais e humanos há 200 mil a 300 mil anos, estimam os pesquisadores. O algoritmo dos cientistas descobriu que 3% do genoma neandertal é proveniente de ancestrais humanos.

© AP Photo / Martin MeissnerReconstrução do homem neandertal (foto de arquivo)
Encontrado DNA de ancestral desconhecido no genoma de humanos modernos - Sputnik Brasil
Reconstrução do homem neandertal (foto de arquivo)

Homo erectus

Os humanos também cruzaram com os denisovanos e pesquisadores descobriram que 1% do genoma denisovano é de genes de um ancestral desconhecido, de um cruzamento que deve ter acontecido, aproximadamente, há um milhão de anos. Cerca de 15% desse material genético "superarcaico" pode ter sido passado para os seres humanos modernos.

Esse ancestral misterioso pode ser o Homo erectus, explica Siepel ao portal Live Science, uma vez que Homo erectus provavelmente se sobrepôs na Eurásia aos ancestrais dos denisovanos e neandertais. No entanto, esses fragmentos são minúsculos e não há sequências do Homo erectus para compará-los, então essa teoria é especulativa.

"O que eu acho empolgante sobre este trabalho é que ele demonstra o que você pode aprender profundamente sobre a história humana reconstruindo em conjunto a história evolutiva completa de uma coleção de sequências de humanos modernos e hominídeos arcaicos", comenta Siepel ao portal Phys.org.

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